Não matarás – determina a Lei.
Não basta, porém, te prives de furtar o corpo aos
semelhantes.
Aprendamos a cultivar a vida, engrandecendo-a, aqui e
além, hoje e sempre.
Não mates o tempo com o veneno da inutilidade, porque
pela sombra das horas que aniquilas em vão, serás visitado pelas trevas
tentadoras da maldade e do crime, compelindo-te talvez, a investir muitos
séculos do futuro em pesados compromissos.
Não aniquiles a confiança do próximo com a lâmina da
aspereza ou da ingratidão, de vez que pela dor do vizinho que menosprezas,
podes ser constrangido a inquietantes padecimentos de reajuste.
Não apagues o entusiasmo de teu irmão nas boas obras, nas
quais nos sentimos atraídos pelo ideal superior, porquanto, o fel de teu
pessimismo pode induzi-lo ao desânimo, estabelecendo aflitivos débitos em teu
próprio desfavor.
Não extingas a fé que brilha no coração dos companheiros,
manejando a lança do desapontamento ou da incompreensão, porque o frio em que
envolves a tarefa dos outros, será, mais tarde, neve de angústia e desencanto
ao redor de teus passos.
Não extermine a luz, a alegria, a paz, a esperança, o
trabalho ou o otimismo dos que marcham contigo, lado a lado, na mesma senda de
luta, na convicção de que a morte por tuas mãos será sempre morte a ti mesmo.
Entronizemos a vida em nossa alma e adubemo-la com a
nossa boa vontade na extensão do progresso e do serviço, da harmonia e do amor,
e, ainda mesmo a pretexto de legítima defesa, abstenha-se do mal, recordando,
com o Divino Mestre que a cruz do supremo sacrifício será sempre brilhante
ressurreição.
Na tarefa de esposo, desculpa a fraqueza ou a exasperação
da companheira, nos dias cinzentos da incompreensão; e, no ministério da esposa
aprende a perdoar as faltas do companheiro e a esquecê-las, a fim de que ele se
fortaleça no crescimento do bem.