SEMEANDO CONHECIMENTO

SEMEANDO CONHECIMENTO... PARA COLHER AMOR, PAZ, ALEGRIA!


APRENDER PARA FAZER MELHOR ! E NÓS PRECISAMOS FAZER UM MUNDO MELHOR. SABEM PORQUE? PORQUE VOLTAREMOS PRA CÁ...

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"MAS, TENDO SIDO SEMEADO, CRESCE." Jesus. (Marcos, 4:32.)


MINHAS PESQUISAS : AFETO, CASAMENTO, DIVORCIO

NAMORO

117) NAMORO
A integração de duas criaturas para a comunhão sexual começa habitualmente pelo período de namoro que se traduz por suave encantamento.
Dois seres descobrem um no outro, de maneira imprevista, motivos e apelos para a entrega recíproca e daí se desenvolve o processo de atração.
O assunto consubstanciaria o que seria lícito nomear como sendo um "doce mistério" se não faceássemos nele as realidades da reencarnação e da afinidade.
Inteligências que traçaram entre si a realização de empresas afetivas ainda no Mundo Espiritual, criaturas que já partilharam experiências no campo sexual em estâncias passadas, corações que se acumpliciaram em delinqüência passional, noutras eras, ou almas inesperadamente harmonizadas na complementação magnética, diariamente compartilham as emoções de semelhantes encontros, em todos os lugares da Terra.
Positivada a simpatia mútua, é chegado o momento do raciocínio.
Acontece, porém, que diminuta é, ainda, no Planeta, a percentagem de pessoas, em qualquer idade física, habilitadas a pensar em termos de auto-análise, quando o instinto sexual se derrama do ser.
Estudiosos do mundo, perquirindo a questão apenas no "lado físico", dirão talvez tão-somente que a libido entrou em atividade com o seu poderoso domínio e, obviamente, ninguém discordará, em tese, da afirmativa, atentos que devemos estar à importância do impulso criativo do sexo, no mundo psíquico, para a garantia e perpetuação da vida no Planeta.
É imperioso anotar, entretanto, em muitos lances da caminhada evolutiva do Espírito, a influência exercida pelas inteligências desencarnadas no jogo afetivo.
Referimo-nos aos parceiros das existências passadas, ou, mais claramente, aos Espíritos que se corporificarão no futuro lar, cuja atuação, em muitos casos, pesa no ânimo dos namorados, inclinando afeições pacificamente raciocinadas para casamentos súbitos ou compromissos na paternidade e na maternidade, namorados esses que então se matriculam na escola de laboriosas responsabilidades.
Isso porque a doação de si mesmos à comunhão sexual, em regime de prazer sem ponderação, não os exonera dos vínculos cármicos para com os seres que trazem à luz do mundo, em cuja floração, aliás, se é verdade que recolherão trabalho e sacrifício, obterão também valiosa colheita de experiência e ensinamento para o futuro, se compreenderem que a vida paga em amor todos aqueles que lhe recebem com amor as justas exigências para a execução dos seus objetivos essenciais.
Emmanuel - Psicografia : Francisco Cândido Xavier Livro : Vida e Sexo

AFETIVIDADE

24) Cada Pessoa
Cada pessoa é aquilo que crê;
fala do que gosta;
retém o que procura;
ensina o que aprende;
tem o que dá e vale o que faz.
Sempre fácil, portanto, para cada um de nós reconhecer os esquemas de vivência em que nos colocamos.
Emmanuel - Da Obra “Agora É O Tempo” – Espírito: Emmanuel – Médium: Francisco Cândido Xavier.

5) Afeições
O amor não é cego.
Vê sempre as pessoas queridas tais quais são
e as conhece, na intimidade,mais do que os outros.
Exatamente por dedicar-lhes imenso carinho,
recusa-se a registrar-lhes os possíveis defeitos, porquanto sabe amá-las mesmo assim.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caminhos. Espírito Emmanuel. 2a edição.

16) AMOR,  ALIMENTO  DAS  ALMAS
- Nosso irmão talvez ainda ignore que o maior sustentáculo das criaturas é justamente o amor. De quando em quando, recebemos em "Nosso Lar" grandes comissões de instrutores, que ministram ensinamentos relativos à nutrição espiritual. Todo sistema de alimentação, nas variadas esferas da vida, tem no amor a base profunda. O alimento físico, mesmo aqui, propriamente considerado, é simples problema de materialidade transitória, como no caso dos veículos terrestres, necessitados de colaboração da graxa e do óleo. A alma, em si, apenas se nutre de amor. Quanto mais nos elevarmos no plano evolutivo da Criação, mais extensamente conheceremos essa verdade. Não lhe parece que o amor divino seja o cipoal do Universo?
- Tudo se equilibra no amor infinito de Deus, e, quanto mais evolvido o ser criado, mais sutil o processo de alimentação. O verme, no subsolo do planeta, nutre-se essencialmente de terra. O grande animal colhe na planta os elementos de manutenção, a exemplo da criança sugando o seio materno. O homem colhe o fruto do vegetal, transforma-o segundo a exigência do paladar que lhe é próprio, e serve-se dele à mesa do lar. Nós outros, criaturas desencarnadas, necessitamos de substâncias suculentas, tendentes à condição fluídica, e o processo será cada vez mais delicado, à medida que se intensifique a ascensão individual.
- Não esqueçamos, todavia, a questão dos veículos - acrescentou a senhora Laura -, porque, no fundo, o verme, o animal, o homem e nós, dependemos absolutamente do amor. Todos nos movemos nele e sem ele não teríamos existência.
- Não se lembra do ensino evangélico do "amai-vos uns aos outros?” - prosseguiu a mãe de Lísias atenciosa - Jesus não preceituou esses princípios objetivando tão-somente os casos de caridade, nos quais todos aprenderemos, mais dia menos dia, que a prática do bem constitui simples dever. Aconselhava-nos, igualmente, a nos alimentarmos uns aos outros, no campo da fraternidade e da simpatia. O homem encarnado saberá, mais tarde, que a conversação amiga, o gesto afetuoso, a bondade recíproca, a confiança mútua, a luz da compreensão, o interesse fraternal – patrimônios que se derivam naturalmente do amor profundo - constituem sólidos alimentos para a vida em si. Reencarnados na Terra, experimentamos grandes limitações; voltando para cá, entretanto, reconhecemos que toda a estabilidade da alegria é problema de alimentação puramente espiritual. Formam-se lares, vilas, cidades e nações em obediência a imperativos tais.
- E ninguém diga que o fenômeno é simplesmente sexual. O sexo é manifestação sagrada desse amor universal e divino, mas é apenas uma expressão isolada do potencial infinito. Entre os casais mais espiritualizados, o carinho e a confiança, a dedicação e o entendimento mútuos permanecem muito acima da união física, reduzida, entre eles, a realização transitória. A permuta magnética é o fator que estabelece ritmo necessário à manifestação da harmonia. Para que se alimente a ventura, basta a presença e, às vezes, apenas a compreensão.
- Aprendemos em "Nosso Lar" que a vida terrestre se equilibra no amor, sem que a maior parte dos homens se aperceba. Almas gêmeas, almas irmãs, almas afins, constituem pares e grupos numerosos. Unindo-se umas às outras, amparando-se mutuamente, conseguem equilíbrio no plano de redenção. Quando, porém, faltam companheiros, a criatura menos forte costuma sucumbir em meio da jornada.
- Como vê, meu amigo - objetou Lísias contente -, ainda aqui é possível relembrar o Evangelho do Cristo. "Nem só de pão vive o homem”.
André Luiz - Da Obra“Nosso Lar”–Espírito: André Luiz/Médium:Francisco Cândido Xavier

6) AFEIÇÕES
Devotar-nos-emos aos familiares e amigos queridos; no entanto, há que observar sempre o ponto exato em que seremos levados pelas circunstâncias da vida a facear problemas e lutas intransferíveis.
Quem não precisará de escora afetiva, quando o próprio Cristo, na travessia dos empeços terrestres, não dispensou o auxílio dos companheiros de apostolado?
Não será lícito esquecer a nossa própria necessidade de afeto; todavia, vejamos ainda em Jesus a lição do testemunho pessoal nas horas difíceis.
Por mais admiradores tivesse, nenhum deles lhe tomou o lugar nas crises supremas.
Assim também nós.
Os entes amados incentivar-nos-ão, no desempenho dos deveres que nos competem, mas não conseguirão cumpri-los por nós.
O professor prepara o aluno; entretanto, não lhe viverá, de futuro, os percalços da profissão.
Os próprios pais, por mais se ofereçam em holocausto pela felicidade dos filhos, não logram arredá-los das experiências a que se destinam, atendendo a causas variadas nas atividades de agora e daquelas outras que remanescem de passadas reencarnações.
Amemos nossos familiares e amigos, no entanto, sem exigir venham um dia a fazer o trabalho que nos cabe realizar.
Todos eles serão provavelmente criaturas admiráveis no entendimento e na virtude, mas não nos conhecem as lutas mais íntimas, tanto quanto de nossa parte não conhecemos as deles.
Auxiliemo-nos mutuamente, aceitando-lhes o concurso, sabendo, porém, poupá-los aos sofrimentos inúteis de viver nos obstáculos que nos digam respeito. Isso porque as afeições nos ajudam, na parte visível de nossas dificuldades; entretanto, urge reconhecer que não são capazes de solucionar por nós os problemas profundos que carregamos na intimidade indevassável do coração, onde estamos absolutamente insulados, entregues à nossa própria consciência e ao juízo de Deus.
Emmanuel - Livro: Rumo certo. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

107) LESÕES  AFETIVAS
Um tipo de auxílio raramente lembrado: o respeito que devemos uns aos outros na vida particular.
Caro é o preço que pagamos pelas lesões afetivas que provocamos nos outros.
Nas ocorrências da Terra de hoje, quando se escreve e se fala tanto, em torno de amor livre e de sexo liberado, muitos poucos são os companheiros encarnados que meditam nas conseqüências amargas dos votos não cumpridos.
Se habitas um corpo masculino, conforme as tarefas que foram assinaladas, se encontraste essa ou aquela irmã que se te afinou como o modo de ser, não lhe desarticules os sentimentos, a pretexto de amá-la, se não estás em condição de cumprir com à própria palavra, no que tange a promessas de amor.
E se moras presentemente num corpo feminino, para o desempenho de atividades determinadas, se surpreendestes esse ou aquele irmão que se harmonizou com as tuas preferências, não lhe perturbes a sensibilidade sob a desculpa de desejar-lhe a proteção, caso não estejas na posição de quem desfruta a possibilidade de honorificar os próprios compromissos.
Não comeces um romance de carinho a dois, quando não possas e nem queiras manter-lhe a continuidade.
O amor, sem dúvida, é lei da vida, mas não será lícito esquecer os suicídios e homicídios, os abortos e crimes na sombra, as retaliações e as injúrias que dilapidam ou arrasam a existência das vítimas, espoliados do afeto que lhes nutria as forças, cujas lágrimas e aflições clamam, perante A divina Justiça, porque ninguém no mundo pode medir a resistência de um coração quando abandonado por outro e nem sabe a qualidade das reações que virão daqueles que enlouquecem, na dor da afeição incompreendida, quando isso acontece por nossa causa.
Certamente que muito desses delitos não estão catalogados nos estatutos da sociedade humana; entretanto, não passam despercebidos nas Leis de Deus que nos exigem, quando na condição de responsáveis, o resgate justo.
Tangendo este assunto, lembramo-nos automaticamente de Jesus, perante a multidão e a mulher sofredora, quando afirmou peremptório: "aquele que estiver isento de culpa, atire a primeira pedra".
Todos nós, os espíritos vinculados à evolução da Terra, estamos altamente compromissados em matéria de amor e sexo, e, em matéria de amor e sexo irresponsáveis, não podemos estranhar os estudos respeitáveis nesse sentido, porque, um dia, todos seremos chamados a examinar semelhantes realidades, especialmente as que se relacionem conosco, que podem efetivamente ser muito amargas, mas que devem ser ditas.
Emmanuel - Livro Momentos de Ouro - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel



10) ALTERAÇÕES  AFETIVAS
Pergunta - Nenhuma influência exercem os Espíritos dos pais sobre o filho depois do nascimento deste? Resposta - Ao contrário: bem grande influência exercem. Conforme dissemos, os Espíritos têm que contribuir para o progresso uns dos outros. Pois bem, os Espíritos dos pais têm por missão desenvolver os de seus filhos pela educação. Constitui-lhes nisso uma tarefa. Tornar-se-ão culpados, se vierem a falir no seu desempenho.  Item n° 208, de "O livro dos Espíritos".
Muito comum se alterem as condições afetivas, depois que o navio do casamento se afasta do cais do sonho para o mar largo da experiência.
Converte-se, então, a esperança em trabalho e desnudam-se problemas que a ilusão envolvia.
Em muitos casos, a altura da afeição permanece intacta; entretanto, na maioria das posições, arrefece o calor em que se aquecia o casal nos dias primeiros da comunhão esponsalícia.
Urge, porém, salvar a embarcação ameaçada de soçobro, seja pelo choque contra os rochedos ocultos das dificuldades morais ou pelo naufrágio nas águas mortas do desencanto.
Parceiro e parceira, nos compromissos do lar, precisam reaprender na escola do amor, reconhecendo que, acima da conjunção corpórea, fácil de se concretizar, é imperioso que a dupla se case, em espírito - sempre mais em espírito -, dia por dia.
Não se inquiete o par, à frente das modificações ocorridas, de vez que toda afinidade correta, nas emoções do plano físico, evolui fatalmente para a ligação ideal, a exprimir-se na ternura confiante da amizade sem lindes.
Extinta a fogueira da paixão na retorta da organização doméstica, remanesce da combustão o ouro vivo do amor puro, que se valoriza, cada vez mais, de alma para alma, habilitando o casal para mais altos destinos na Vida Superior.
Isso acontece, porque os filhos que surgem são igualmente peças do matrimônio, compelindo o lar a recriar-se, de maneira incessante, em matéria de instituto endereçado ao trabalho de assistência recíproca.
O carinho repartido, em princípio, a dois, passa a ser dividido por maior número de partícipes do núcleo familiar, e esses mesmos condomínios do estabelecimento caseiro, em muitas circunstâncias, são os associados da doce hipnose do namoro e do noivado, que mantinham nos pais jovens, ainda solteiros, a chama da atração entusiástica até a consumação do enlaçamento afetivo.
Quase sempre, Espíritos vinculados ao casal, ora mais fortemente ao pai, ora mais especialmente ao campo materno, interessavam-se na Vida Maior pela constituição da família, à face das próprias necessidades de aprimoramento e resgate, progresso e autocorrigenda.
Em vista disso, cooperaram, em ação decisiva, na aproximação dos futuros pais, aportando em casa, pelos processos da gravidez e do berço, reclamando naturalmente a quota de carinho e atenção que lhes é devida.
Em toda comunhão mais profunda do homem e da mulher na formação do grupo doméstico, seguida de filhos a lhes compartilhar a existência, há que contar com a sublimação espontânea do impulso sexual, cabendo ao companheiro e à companheira que o colocaram em função aderir aos propósitos da vida, que tudo renova para engrandecer e aperfeiçoar.
Conquanto bastas vezes sejamos recalcitrantes na sustentação do amor egoístico, desvairado em exigências de toda espécie, a pouco e pouco acabamos por entender que apenas o amor que sabiamente se divide, em bênçãos de paz e alegria para com os outros, é capaz de multiplicar a verdadeira felicidade.
Emmanuel - Psicografia : Francisco Cândido Xavier Livro : Vida e Sexo

39) COMPROMISSO  AFETIVO
O dever íntimo do homem fica entregue ao seu livre arbítrio. O aguilhão da consciência, guardião da probidade interior, o adverte e sustenta; mas, muitas vezes se mostra impotente diante dos sofismas da paixão. Fielmente observado, o dever do coração eleva o homem; porém, como determiná-lo com exatidão? Onde começa ele? O dever principia sempre, para cada um de vós, do ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranqüilidade do vosso próximo; acaba no limite que não desejais ninguém transponha com relação a vossa. Do item 7, no Cap. XVII, de ESE

A guerra efetivamente flagela a Humanidade, semeando terror e morticínio, entre as nações; entretanto, a afeição erradamente orientada, através do compromisso escarnecido, cobre o mundo de vítimas.
Quem estude os conflitos do sexo, na atualidade da Terra, admitindo a civilização em decadência, tão-só examinando as absurdidades que se praticam em nome do amor, ainda não entendeu que os problemas do equilíbrio emotivo são, até agora, de todos os tempos, na vida planetária.
As Leis do Universo esperar-nos-ão pelos milênios afora, mas terminarão por se inscreverem, a caracteres de luz, em nossas próprias consciências.
E essas Leis determinam amemos os outros qual nos amamos.
Para que não sejamos mutilados psíquicos, urge não mutilar o próximo.
Em matéria de afetividade, no curso dos séculos, vezes inúmeras disparamos na direção do narcisismo e, estirados na volúpia do prazer estéril, espezinhamos sentimentos alheios, impelindo criaturas estimáveis e nobres a processos de angústia e criminalidade, depois de prendê-las a nós mesmos com o vínculo de promessas brilhantes, das quais nos descartamos em movimentação imponderada.
Toda vez que determinada pessoa convide outra à comunhão sexual ou aceita de alguém um apelo neste sentido, em bases de afinidade e confiança, estabelece-se entre ambas um circuito de forças, pelo qual a dupla se alimenta psiquicamente de energias espirituais, em regime de reciprocidade.
Quando um dos parceiros foge ao compromisso assumido, sem razão justa, lesa o outro na sustentação do equilíbrio emotivo, seja qual for o campo de circunstâncias em que esse compromisso venha a ser efetuado.
É dada a ruptura no sistema de permuta das cargas magnéticas de manutenção, de alma para alma, o parceiro prejudicado, se não dispõe de conhecimentos superiores na auto-defensiva, entra em pânico, sem que se lhe possa prever o descontrole que, muitas vezes, raia na delinqüência.
Tais resultados da imprudência e da invigilância repercutem no agressor, que partilhará das conseqüências desencadeadas por ele próprio, debitando-se-lhe ao caminho a sementeira partilhada de conflitos e frustrações que carreará para o futuro.
Sabemos que a Justiça Humana comina punições para os atos de pilhagem na esfera das realidades objetivas, considerando a respeitabilidade dos interesses alheios; no entanto, os legisladores terrestres perceberão igualmente, um dia, que a Justiça Divina alcança também os contraventores da Lei do Amor e determina se lhes instale nas consciências os reflexos do saque afetivo que perpetram contra os outros.
Daí procede a clara certeza de que não escaparemos das equações infelizes dos compromissos de ordem sentimental, injustamente menosprezados, que resgataremos em tempo hábil, parcela a parcela, pela contabilidade dos princípios de causa e efeito.
Reencarnados que estaremos sempre, nesse sentido, até exonerar o próprio espírito das mutilações e conflitos hauridos no clima da irreflexão, aprenderemos no corpo de nossas próprias manifestações ou no ambiente da vivência pessoal, através da penalogia sem cárcere aparente, que nunca lesaremos a outrem sem lesar a nós.
Emmanuel - Psicografia : Francisco Cândido Xavier Livro : Vida e Sexo

15) Amor Fraternal
"Permaneça o amor fraternal." Paulo (Hebreus, 13:1) 
As afeições familiares, os laços consangüíneos, as simpatias naturais podem ser manifestações muitos santas da alma, quando a criatura as eleva no altar do sentimento superior, contudo, é razoável que o espírito não venha a cair sob o peso das inclinações próprias.
O equilíbrio é a posição ideal.
Por demasia de cuidado, inúmeros pais prejudicam os filhos.
Por excesso de preocupações, muitos cônjuges descem às cavernas do desespero, defrontados pelos insaciáveis monstros do ciúme que lhes aniquilam a felicidade.
Em razão da invigilância, belas amizades terminam em abismo de sombra.
O apelo evangélico, por isto mesmo, reveste-se de imensa importância.
A fraternidade pura é o mais sublime dos sistemas de relações entre as almas.
O homem que se sente filho de Deus e sincero irmão das criaturas não é vítima dos fantasmas do despeito, da inveja, da ambição, da desconfiança. Os que se amam fraternalmente alegram-se com o júbilo dos companheiros; sentem-se felizes com a ventura que lhes visita os semelhantes.
Afeições violentas, comumente conhecidas na Terra, passam vulcânicas e inúteis.
Na teia das reencarnações, os títulos afetivos modificam-se constantemente. É que o amor fraternal, sublime e puro, representando o objetivo supremo do esforço de compreensão, é a luz imperecível que sobreviverá no caminho eterno.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Pão Nosso. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

113) MENINOS  ESPIRITUAIS
"Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, pois é menino."-Paulo (HEBREUS, 5:13.)
Na apreciação dos companheiros de luta, que nos integram o quadro de trabalho diário, é útil não haja choques, quando, inesperadamente, surgirem falhas e fraquezas. Antes da emissão de qualquer juízo, é conveniente conhecer o quilate dos valores espirituais em exame.
Jamais prescindamos da compreensão ante os que se desviam do caminho reto. A estrada percorrida pelo homem experiente está cheia de crianças dessa natureza. Deus cerca os passos do sábio, com as expressões da ignorância, a fim de que a sombra receba luz e para que essa mesma luz seja glorificada. Nesse intercâmbio substancialmente divino, o ignorante aprende e o sábio cresce.
Os discípulos de boa-vontade necessitam da sincera atitude de observação e tolerância. É natural que se regozijem com o alimento rico e substancioso com que lhes é dado nutrir a alma; no entanto, não desprezem outros irmãos, cujo organismo espiritual ainda não tolera senão o leite simples dos primeiros conhecimentos. 
Toda a criança é frágil e ninguém deve condená-la por isso.
Se tua mente pode librar no vôo mais alto, não te esqueças dos que ficaram no ninho onde nasceste e onde estiveste longo tempo, completando a plumagem. Diante dos teus olhos deslumbrados, alonga-se o infinito. Eles estarão contigo, um dia, e, porque a união integral esteja tardando, não os abandones ao acaso, nem lhes recuses o leite que amam e ainda necessitam.
Livro Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel, psicografia Francisco Cândido Xavier

22) ASSUNTOS  DO  CORAÇÃO
— Instrutor, venho experimentando desoladoramente a falta de Caio...
— Esposos que se amam — interferiu Ernesto —, quando distanciados um do outro, fazem-se noivos outra vez... Porque não confessar que também eu ando aflito por abraçar minha velha?
— Caro amigo — aventurou-se Evelina, fixando o mentor de maneira expressiva —, em nos reportando à ligação conjugal, arriscaria uma consulta...
— O senhor não ignora que, em meu primeiro reencontro com Mancini, senti-me, por momentos, a jovem menos responsável que fui, observando-me fortemente atraida para ele.
Depois, reagindo, vi-me, de novo, recuando mentalmente para o domínio de Caio, o marido que ficou no plano físico, dando a mim mesma a impressão de que sou um satélite, gravitando entre os dois... Passei a esforçar-me em auxílio de Túlio e, aos poucos, venho reconhecendo que ele não é, absolutamente, o homem que eu desejaria para companheiro... Entretanto, para ajudá-lo e tolerá-lo, presentemente, sinto necessidade de um estímulo...
— O amor a Deus.
— Compreendo hoje que todos respiramos na própria essência de Deus; contudo, o mistério para mim está nisso... Sei que nada conseguimos sem Deus, mas, entre Deus e a obrigação que me cabe cumprir, preciso de alguém que me escore o espírito, que se me erija em apoio, na movimentação do cotidiano, em busca daquele estado de alma que apelidamos por paz interior, euforia ou mesmo felicidade. .. Esta fome espiritual que me faz pensar dia e noite na reintegração com Caio significará que ele, meu esposo, é realmente o meu amor absoluto? aquele espírito que será o sol de bênçãos a envolver-me para sempre, quando chegarmos à perfeição?
Ribas sorriu e filosofou:
— Todos nos destinamos ao Amor Eterno e no entanto, para alcançar o objetivo supremo, cada qual de nós possui um caminho próprio. Para a maioria das criaturas, o encontro do amor ideal assemelha-se, de algum modo, à procura do ouro nas minas ou de diamante nas catas. É indispensável peneirar o cascalho ou mergulhar as mãos no barro do mundo, a fim de encontrá-lo. Sempre que amamos profundamente a alguém, transformamos esse alguém no espelho de nossos próprios sonhos... Passamos a ver-nos na pessoa que se nos transforma em objeto da afeição. Se essa criatura efetivamente nos reflete a alma, o carinho mútuo cresce cada vez mais, assegurando-nos o clima de encorajamento e alegria para a viagem nem sempre fácil da evolução. Nessa hipótese, teremos obtido apoio seguro para a subida do acrisolamento moral... Em caso contrário, a pessoa a que particularmente nos devotamos acaba devolvendo-nos os próprios reflexos, à maneira de um banco que nos restituisse ou estragasse os investimentos por desistência ou incapacidade de zelar por nossos interesses, então, surgem para nós aquelas posições espirituais que nomeamos por mágoa, desencanto, indiferença, desilusão...
— O senhor desejará talvez afirmar — recordou Fantini — que caminhamos na existência pelas vias da afinidade, de afeição em afeição, até achar aquela afeição inesquecível que se nos levante na vida por chama de amor eterno?
— Sim, mas entendendo-se o conceito de afeição, sem a estreiteza do sexo, de vez que a ligação esponsalícia, embora sublime, é apenas uma das manifestações do amor em si. Determinado homem ou determinada mulher podem confirmar na esposa ou no esposo a presença do seu tipo ideal; entretanto, talvez prossigam, após o casamento, mais intimamente vinculados ao coração materno ou ao espírito paternal... E, às vezes, somente encontrarão o laço de eleição num dos filhos. Em amor, a afinidade é o que conta...
— Instrutor — enunciou Evelina, impressionada e as uniões de suplício, os casamentos infelizes?
Sim, a reencarnação é também recapitulação. Muitos casais no mundo se constituem de espíritos que se reencontram para a consecução de afazeres determinados. A princípio, os sentimentos se lhes justapõem, no setor da afinidade, como as crenças de duas rodas que se completam para fazer funcionar o engenho do matrimônio. .. Depois, percebem que é imperioso burilar outras peças dessa máquina viva, a fim de que ela produza as bênçãos esperadas. Isso exige compreensão, respeito mútuo, trabalho constante, espírito de sacrifício. Se uma das partes ou ambas as partes se confiam a desentendimento, a obra encetada ou reencetada vem a cair...
Então, aquele dos cônjuges que lesou o ajuste, ou ambos, conforme as raízes da desunião, devem esperar pela obtenção de novas oportunidades no tempo para a reconstrução do amor que dilapidaram.
***
— Instrutor amigo, o senhor conhece companheiros que não conseguiram consorciar-se aqui?
— Eu sou um deles.
— Alguma razão especial? — esmerilou Fantini.
— Acontece que o amor conjugal, quando se exprime em bases do amor puro, continua vibrando no mesmo diapasão entre dois mundos, sem que a permuta de energias de um cônjuge para outro venha a sofrer solução de continuidade. Minha esposa e eu sempre fomos profundamente unidos. Bastávamo-nos na Terra um ao outro, em matéria de alimento afetivo. Sobre-vindo a minha desencarnação, percebi logo que ela e eu continuávamos em plena vinculação mútua, qual se fôssemos partes integrantes de um circuito de forças. Na dedicação espiritual dela, colho meios de continuar em meu aprendizado do amor a todos, ocorrendo-lhe o mesmo.
— Ligação ideal!... — regozijou-se Evelina, extática.
André Luiz - Do livro E a Vida Continua. Psicografia Francisco Cândido Xavier.

72) EM  MATÉRIA  AFETIVA
Sempre é forçoso muito cuidado no trato com os problemas afetivos dos outros, porque muitas vezes os outros, nem de leve, pensam naquilo que possamos pensar.
Os Espíritos adultos sabem que, por enquanto, na Terra, ninguém pode, em sã consciência, traçar a fronteira entre normalidade e anormalidade, nas questões afetivas de sentido profundo.
Os pregadores de moral rigorista, em assuntos de amor, raramente não caem nas situações que condenam.
Toda pessoa que lesa outra, nos compromissos do coração, está fatalmente lesando a si própria.
Respeite as ligações e as separações, entre as pessoas do seu mundo particular, sem estranheza ou censura, de vez que você não lhes conhece as razões e processos de origem.
As suas necessidades de alma, na essência, são muito diversas das necessidades alheias.
No que tange a sofrimentos do amor, só Deus sabe onde estão a queda ou a vitória.
Jamais brinque com os sentimentos do próximo.
Não assuma deveres afetivos que você não possa ou não queira sustentar.
Amor, em sua existência, será aquilo que você fizer dele.
Você receberá, de retorno, tudo o que der aos outros, segundo a lei que nos rege os destinos.
Ante os erros do amor, se você nunca errou por emoção, imaginação, intenção ou ação, atire a primeira pedra, conforme recomenda Jesus.
André Luiz - Francisco Cândido Xavier. Da obra: Sinal Verde.

36) COMPANHEIROS  DIFÍCEIS
Companheiros difíceis não são as criaturas que ainda não nos atingiram a intimidade e sim aquelas outras que se fizeram amar por nós e que, de um momento para outro, modificaram pensamento e conduta, impondo-nos estranheza e inquietação.
Erigiam-se-nos por esteios à fé, soçobrando em pesada corrente de tentações...
Brilhavam por balizas de luz, à frente da marcha, e apagaram-se na noite das conveniências humanas, impelindo-nos à sombra e à desorientação...
Examinado, porém, o assunto com discernimento e serenidade, seria, justo albergamos pessimismo ou desencanto, simplesmente porque esse ou aquele companheiro haja evidenciado fraquezas humanas, peculiares também a nós? Atentos às realidades do campo evolutivo, em que nos achamos carregando fardos de culpas e débitos, deficiências e necessidades que se nos encravaram nos ombros, em existências passadas, como exigir dos entes amados, que nos respiram o mesmo nível, a posição dos heróis ou o comportamento dos anjos?
Com isso, não queremos dizer que omissão ou deserção nas criaturas a quem empenhamos confiança e ternura sejam condições naturais para a ação espiritual que nos compete desenvolver, e sim, que, em lhes lastimando as resoluções menos felizes, é imperioso orar por elas na pauta da tolerância fraternal com que devemos abraçar todos aqueles que se nos associam às tarefas da jornada terrestre.
Se Jesus nos recomendou amar os inimigos, que diretriz adotar ante os companheiros que se fizeram difíceis, senão abençoá-los em mais alto grau de entendimento, carecedores como se encontram de mais ampla dedicação? Sem dúvida, eles não podem, em muitas ocasiões, compartilhar-nos, de imediato, as atividades cotidianas, à vista dos compromissos diferentes a que se entregam; entretanto, ser-nos-á possível, no clima do espírito, agradecer-lhes o bem que nos fizeram e o bem que nos possam fazer, endereçando-lhes a mensagem silenciosa de nosso respeito e afeto, encorajamento e gratidão.
Cumprindo semelhante dever, disporemos de suficiente paz interior para seguir adiante, na desincumbência dos encargos que a vida nos confiou. Compreenderemos que se o próprio Senhor nos aceita como somos, suportando-nos as imperfeições e aproveitando-nos em serviço, segundo a nossa capacidade de sermos úteis, é nossa obrigação aceitar os companheiros difíceis como são, esperando por eles, em matéria de elevação ou reajuste, tanto quanto o Senhor tem esperado por nós.
Emmanuel - Do livro “Alma e Coração”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

178) VIDA AFETIVA
Todos os problemas da vida afetiva serão devidamente aclarados quando o conhecimento da reencarnação for concebido na base da regra áurea.
Faremos a outrem, nos domínios afetivos, aquilo que desejamos se nos faça. Isso porque de tudo o que doarmos ao coração alheio recolheremos de volta.
O amor em sua luminosa liberdade é independente em suas escolhas e manifestações; no entanto, obedece igualmente ao princípio: “Livre na sementeira e escravo na colheita”.
Ligeira recolta de observações nos fará pensar nisso.
Em muitas ocasiões, o rival que abatemos, de um modo ou de outro, induzindo-o a desencarnação, é o filho que a vida e o tempo nos colocam nos braços, a cobrar-nos em abnegação e renúncia a assistência e a proteção que lhe devemos;
o jovem ou a jovem que furtamos dos braços de nossos filhos, considerando-os indignos de nossa equipe doméstica, impondo-lhes, direta ou indiretamente, a morte do corpo físico, voltam na condição de netos, em muitas circunstâncias, compartilhando-nos o leito e a vida;
a criança nascitura que arrojamos à vala do aborto desnecessário e que deveria nascer e crescer para o desenvolvimento da afetividade pacífica, entre os nossos descendentes, costuma encontrar novo berço em nosso clima social, reaparecendo na condição do homem ou da mulher que, mais tarde, nos aborda a organização familiar exigindo-nos pesados tributos de aflição;
as criaturas que enganamos, no terreno do afeto, em outras estâncias, habitualmente retornam até nós por filhos--problemas, reclamando-nos atenção e carinho constantes para o reajuste emocional que demandam.
Frustrações, conflitos, vinculações extremadas e aversões congênitas de hoje são frutos dos desequilíbrios afetivos de ontem a nos pedirem trabalho e restauração.
É possível haja longa demora na aceitação geral da verdade por parte dos agrupamentos humanos, em nos reportando ao mundo genésico.
Dia virá, porém, no qual todas as criaturas compreenderão que o espírito, onde estiver, conforme aquilo que plante, em matéria de afetividade, isso também colherá.
Emmanuel

163) TENSÃO  EMOCIONAL
Não raro, encontramos, aqui e ali, os irmãos doentes por desajustes emocionais.
Quase sempre, não caminham. Arrastam-se. Não dialogam. Cultuam a queixa e a lamentação.
E provado está que na Terra, a tensão emocional da criatura encarnada se dilata com o tempo.
Insegurança, conflito íntimo, frustração, tristeza, desânimo, cólera, inconformidade e apreensão, com outros estados negativos da alma, espancam sutilmente o corpo físico, abrindo campo a moléstia de etiologia obscura, à força de se repetirem constantemente, dilapidando o cosmo orgânico.
Se conseguires aceitar a existência de Deus e a prática salutar dessa ou daquela religião em que mais te reconfortes, preserva-te contra semelhantes desequilíbrios.
Começa, aceitando a própria vida, tal qual é, procurando melhora-la com paciência.
Aprenda a estimar os outros, como se te apresentem, sem exigir-lhes mudanças imediatas.
Dedica-te ao trabalho em que te sustentes, sem desprezar a pausa de repouso ou o entretenimento em que se te restaurem as energias.
Serve ao próximo, tanto quanto puderes.
Detém-te lado melhor das situações e das pessoas, esquecendo o que te pareça inconveniente ou desagradável.
Não carregues ressentimentos.
Cultiva a simplicidade, evitando a carga de complicações e de assuntos improdutivos que te furtem a paz.
Admite o fracasso por lição proveitosa, quando o fracasso possa surgir.
Tempera a conversão com o fermento da esperança e da alegria.
Tanto quanto possível, não te faças problema para ninguém, empenhando-te a zelar por ti mesmo.
Quando a lembrança do passado não contenha valores reais, olvida o que já se foi, usando o presente na edificação do futuro melhor.
Se o inevitável acontece, aceita corajosamente as provas em vista, na certeza de que todas as criaturas atravessam ocasiões de amarguras e lágrimas.
Oferece um sorriso de simpatia e bondade, seja a quem for.
Quanto à morte do corpo, não penses nisso, guardando a convicção de que ninguém existiu no mundo sem a necessidade de enfrenta-la.
E, trabalhando e servindo sempre, sem esperar outra recompensa que não seja a bênção da paz na consciência própria, nenhuma tensão emocional te criará desencanto ou doença, de vez que se cumpres o teu dever com sinceridade, quando te falte força Deus te sustentará e onde não possas fazer todo o bem que desejas realizar Deus fará sempre a parte mais importante.
Emmanuel - Psicografia Chico Xavier – Espírito Emmanuel -  Livro  “Companheiro”.


CASAMENTO

27) CASAMENTO
O casamento ou a união permanente de dois seres, como é óbvio, implica o regime de vivência pelo qual duas criaturas se confiam uma à outra, no campo da assistência mútua.
Essa união reflete as Leis Divinas que permitem seja dado um esposo para uma esposa, um companheiro para uma companheira, um coração para outro coração ou vice-versa, na criação e desenvolvimento de valores para a vida.
Imperioso, porém, que a ligação se baseie na responsabilidade recíproca, de vez que na comunhão sexual um ser humano se entrega a outro ser humano e, por isso mesmo, não deve haver qualquer desconsideração, entre si.
Quando as obrigações mútuas não são respeitadas no ajuste, a comunhão sexual injuriada ou perfidamente interrompida costuma gerar dolorosas repercussões na consciência, estabelecendo problemas cármicos de solução, por vezes, muito difícil, porquanto ninguém fere alguém sem ferir a si mesmo.
Indiscutivelmente, nos Planos Superiores, o liame entre dois seres é espontâneo, composto em vínculos de afinidade inelutável. Na Terra do futuro, as ligações afetivas obedecerão a idêntico princípio e, por antecipação, milhares de criaturas já desfrutam no próprio estágio da encarnação dessas uniões ideais, em que se jungem psiquicamente uma à outra, sem necessidade da permuta sexual, mais profundamente considerada, a fim de se apoiarem mutuamente, na formação de obras preciosas, na esfera do espírito.
Acontece, no entanto, que milhões de almas, detidas na evolução primária, jazem no Planeta, arraigadas a débitos escabrosos, perante a lei de causa e efeito e, inclinadas que ainda são ao desequilíbrio e ao abuso, exigem severos estatutos dos homens para a regulação das trocas sexuais que lhes dizem respeito, de modo a que não se façam salteadores impunes na construção do mundo moral.
Os débitos contraídos por legiões de companheiros da Humanidade, portadores de entendimento verte para os temas do amor, determinam a existência de milhões de uniões supostamente infelizes, nas quais a reparação de faltas passadas confere a numerosos ajustes sexuais, sejam eles ou não acobertados pelo beneplácito das leis humanas, o aspecto de ligações francamente expiatórias, com base no sofrimento purificador. De qualquer modo, é forçoso reconhecer que não existem no mundo conjugações afetivas, sejam elas quais forem, sem raízes nos princípios cármicos, nos quais as nossas responsabilidades são esposadas em comum.
Emmanuel - Psicografia : Francisco Cândido Xavier Livro : Vida e Sexo

110) MATRIMÔNIO
“Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição e aos adúlteros, Deus os julgará.” – Hebreus: -13 – 4
Ninguém naturalmente será compelido a compromissos obrigatórios, diante das leis que nos regem a evolução, mas quando alguém se fixe num acordo sagrado, perante a vida, deve estar preparado a mantê-lo, até a renovação de suas experiências, no quadro dos Desígnios de Deus.
Entre os compromissos da Terra, permanece o do matrimônio como um dos laços mais santos.
Essa venerável instituição é a raiz de todas as nobres organizações que dignificam o planeta.
Nos dias que passam, certa situação de desequilíbrio ameaça o caminho de numerosos cônjuges, nas estradas do mundo. Porque muitos homens hão desdenhado os seus títulos de paternidade, muitas mulheres vão desprezando os seus valores benditos de mães.
Os lares são também os lugares santos que vão padecendo transformações.
Entretanto, a solução essencial dos problemas humanos deve proceder do “leito sem mácula”, pilar da organização sociológica que desejais para os vossos dias.
Numerosas criaturas acusam o matrimônio e alegam que não encontraram em sua instituição a ventura que lhes é devida. Todavia, se não colheram a felicidade é que necessitavam do trabalho obtido e toda oportunidade de trabalho é caminho para os júbilos do porvir.
Lares infelizes significam cônjuges inconscientes de seus deveres, com as exceções justas.
Tarde ou cedo, os homens e as mulheres, desviados das obrigações divinas, voltarão à simplicidade inicial para tornarem a aprender no livro da abnegação e do respeito a Deus, porque a existência não é um feriado para indisciplinas, mas um dia de trabalho santo em que o espírito deve entrar na posse de sua herança eterna, entre as bênçãos de luz e paz da alegria de viver.
Emmanuel - (De “Levantar e seguir”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

48) DA  MULHER
Compenetrar-se do apostolado de guardiã do instituto da família e da sua elevada tarefa na condução das almas trazidas ao renascimento físico. Todo compromisso no bem é de suma importância no mundo espiritual.
Afastar-se de aparências e fantasias, consagrando-se às conquistas morais que falam de perto à vida imperecível, sem prender-se ao convencionalismo absorvente. O retorno à condição de desencarnado significa retorno à consciência profunda.
Afinar-se com os ensinamentos cristãos que lhe situam a alma nos serviços da maternidade e da educação, nos deveres da assistência e nas bênçãos da mediunidade santificante. Quem foge à oportunidade de ser útil engana a si mesmo.
Sentir e compreender as obrigações relacionadas com as uniões matrimoniais do ponto de vista da vida multimilenária do Espírito, reconhecendo a necessidade das provações regenerativas que assinalam a maioria dos consórcios terrestres. O sacrifício representa o preço da alegria real.
Opor-se a qualquer artificialismo que vise transformar o casamento numa simples ligação sexual, sem as belezas da maternidade. Junto dos filhos apagam-se ódios, sublima-se o amor e harmonizam-se as almas para a eternidade.
Reconhecer grave delito no aborto que arroja o coração feminino à vala do infortúnio. Sexo desvirtuado, caminho de expiação.
Preservar os valores íntimos, sopesando as próprias deliberações com prudência e realismo, em seus deveres de irmã, filha, companheira e mãe. O trabalho da mulher é sempre a missão do amor, estendendo-se ao infinito.
“E, respondendo, disse-lhe Jesus: — Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.”  (LUCAS, 10:41 e 42).
André Luiz  - conduta Espírita

119) NO  LAR
Começar na intimidade do templo doméstico a exemplificação dos princípios que esposa, com sinceridade e firmeza, uniformizando o próprio procedimento, dentro e fora dele. Fé espírita no clima da família, fonte do Espiritismo no campo social.
Calar todo impulso de cólera ou violência, amoldando-se ao Evangelho de modo a estabelecer a harmonia em si mesmo, perante os outros. A humildade constrói para a Vida Eterna.
Proporcionar às crianças os fundamentos de uma educação sólida e bem orientada, sem infundir- -lhes medo ou fantasias, começando por dar-lhes nomes simples e naturais, evitando a pompa dos nomes famosos, suscetíveis de lhes criar embaraços futuros. O lar é a escola primeira.
Sempre que possível, converter o santuário familiar em dispensário de socorro aos menos felizes, pela aplicação daquilo que seja menos necessário à mantença doméstica. A Seara do Cristo não tem fronteira.
Se está sozinho com a sua fé, no recesso do próprio lar, deve o espírita atender fielmente ao testemunho de amor que lhe cabe, lembrando-se de que responderá, em qualquer tempo, pelos princípios que abraça. A ribalta humana situa-nos sempre no papel que devamos desempenhar.
Ao menos uma vez por semana, formar o culto do Evangelho com todos aqueles que lhe co-participam da fé, estudando a verdade e irradiando o bem, através de preces e comentários em torno da experiência diária à luz dos postulados espíritas. Quem cultiva o Evangelho em casa, faz da própria casa um templo do Cristo.
Evitar o luxo supérfluo nos aposentos, objetos e costumes, imprimindo em tudo características de naturalidade, desde os hábitos mais singelos até os pormenores arquitetônicos da própria moradia. Não há verdadeiro clima espírita cristão, sem a presença da simplicidade conosco.
“Aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus pais, porque isto é bom e agradável diante de Deus.” — Paulo. (I TIMÓTEO, 5:4.)
André Luiz  - CONDUTA ESPÍRITA

140) PERANTE  OS  PARENTES
Desempenhar todos os justos deveres para com aqueles que lhe comungam as teias da consangüinidade. Os parentes são os marcos vivos das primeiras grandes responsabilidades do Espírito encarnado.
 Intensificar os recursos de afeto, compreensão e boa-vontade para os afins mais próximos que não lhe compreendam os ideais. O lar constitui cadinho redentor das almas endividadas.
Dilatar os laços da estima além do círculo da parentela. A humanidade é a nossa grande família.
Acima de todas as injunções e contingências de cada dia, conservar a fidelidade aos preceitos espíritas cristãos, sendo cônjuge generoso e melhor pai, filho dedicado e companheiro benevolente. Cada semelhante nosso é degrau de acesso à Vida Superior, se soubermos recebê-lo por verdadeiro irmão.
Melhorar, sem desânimo, os contactos diretos e indiretos com os pais, irmãos, tios, primos e demais parentes, nas lides do mundo, para que a Lei não venha a cobrar-lhe novas e mais enérgicas experiências em encarnações próximas. O cumprimento do dever, criado por nós mesmos, é lei do mundo interior a que não poderemos fugir.
Imprimir em cada tarefa diária os sinais indeléveis da fé que nutre a vida, iniciando todas as boas obras no âmbito estreito da parentela corpórea. Temos, na família consangüínea, o teste permanente de nossas relações com a Humanidade.
“Mas se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel.” — Paulo. (I TIMÓTEO, 5:8.)
André Luiz Conduta Espírita

162) TÉDIO  NO  LAR
Uma vez que os Espíritos simpáticos são induzidos a unir-se, como é que, entre os encarnados, freqüentemente só de um lado há afeição e que o mais sincero amor se vê acolhido com indiferença e, até, com repulsão?  Como é, além disso, que a mais viva afeição de dois seres pode mudar-se em antipatia e mesmo em ódio?
“Não compreendes então que isso constitui uma punição, se bem que passageira?
Depois, quantos não são os que acreditam amar perdidamente, porque apenas julgam pelas aparências, e que, obrigados a viver com as pessoas amadas, não tardam a reconhecer que só experimentaram um encantamento material.
Não basta uma pessoa estar enamorada de outra que lhe agrada e em quem supõe belas qualidades. Vivendo realmente com ela é que poderá apreciá-la.
Tanto assim que, em muitas uniões, que a princípio parecem destinadas a nunca ser simpáticas, acabam os que as constituíram, depois de se haverem estudado bem e de bem se conhecerem, por votar-se, reciprocamente, duradouro e terno amor, porque assente na estima! Cumpre não se esqueça de que é o Espírito quem ama e não o corpo, de sorte que, dissipada a ilusão material, o Espírito vê a realidade.
“Duas espécies há de afeição: a do corpo e a da alma, acontecendo com freqüência tomar-se uma pela outra. Quando pura e simpática, a afeição da alma é duradoura; efêmera a do corpo.
Daí vem que, muitas vezes, os que julgavam amar-se com eterno amor passam a odiar-se, desde que a ilusão se desfaça.
” Seja qual seja o motivo em que o tédio se fundamente, recorram os companheiros imanizados em mútua associação no lar, ao apoio recíproco mais profundo e mais intensivo.
Com isso, estarão em justa defesa da harmonia íntima, sem castigarem o próprio corpo.
E reeducar-se-ão, sem hostilizar os que, porventura, lhes demonstrem afeto, mas acolhendo-os, não mais na condição de cúmplices das aventuras deprimentes, a que se renderam outrora, e sim por irmãos queridos, com quem podemos fundir-nos, em espírito, no mais alto amor espiritual.
Emmanuel Psicografia : Francisco Cândido Xavier Livro : Vida e Sexo

80) ENTRE  CÔNJUGES
Prossiga amando e respeitando os pais, depois da formação da própria casa, compreendendo, porém, que isso traz novas responsabilidades para o exercício das quais é imperioso cultivar independência, mas, a pretexto de liberdade, não relegar os pais ao abandono.
Não deprecie os ideais e preocupações do outro.
Selecione as relações.
Respeite as amizades do companheiro ou da companheira.
É preciso reconhecer a diversidade dos gostos e vocações daquele ou daquela que se toma para compartilhar-nos a vida.
Antes de observar os possíveis erros ou defeitos do outro, vale mais procurar-lhe as qualidades e dotes superiores para estimulá-los ao desenvolvimento justo.
Jamais desprezar a importância das relações sexuais com o respeito à fidelidade nos compromissos assumidos.
Não sacrifique a paz do lar com discussões e conflitos, a pretexto de honorificar essa ou aquela causa da Humanidade, porque a dignidade de qualquer causa da Humanidade começa no reduto doméstico.
Não deixe de estudar e aprimorar-se constantemente, sob a desculpa de haver deixado a condição de solteiro ou de solteira.
Sempre necessário compreender que a comunhão afetiva no lar deve recomeçar, todos os dias, a fim de consolidar-se em clima de harmonia e segurança.
André Luiz - Francisco Cândido Xavier. Da obra: Sinal Verde.

116) NA INTIMIDADE  DOMÉSTICA
“Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos a mim o fizestes. ” JESUS - MATEUS, 25: 40.
“Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. - - ese Cap. 15, 3
A história do bom samaritano, repetidamente estudada, oferece conclusões sempre novas.
O viajante compassivo encontra o ferido anônimo na estrada.
Não hesita em auxiliá-lo.
Estende-lhe as mãos.
Pensa-lhe as feridas.
Recolhe-o nos braços sem qualquer idéia de preconceito.
Condu-lo ao albergue mais próximo.
Garante-lhe a pousada.
Olvida conveniências e permanece junto dele, enquanto necessário.
Abstém se de indagações.
Parte ao encontro do dever, assegurando-lhe a assistência com os recursos da própria bolsa, sem prescrever-lhe obrigações.
Jesus transmitiu-nos à parábola, ensinando-nos o exercício de caridade real, mas, até agora, transcorridos quase dois milênios, aplicamo-la, via, de regra, às pessoas quê não nos comungam o quadro particular.  
Quase sempre, todavia, temos os caídos do reduto doméstico.
Não descem de Jerusalém para Jericó, mas tombam da fé para a desilusão e da alegria para dor, espoliados nas melhores esperanças, em rudes experiências.
Quantas vezes, surpreendemos as vítimas da obsessão e do erro, da tristeza e da provação, dentro de casa! Julgamos, assim, que a parábola do bom Samaritano produzirá também efeitos admiráveis, toda vez que nos decidirmos a usá-la, na vida íntima, compreendendo e auxiliando aos vizinhos e companheiros, parentes e amigos sem nada exigir e sem nada perguntar.
Emmanuel - livro " O Livro da Esperança" - Psicografado por FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

141)PERANTE  OS  PROBLEMAS  CONJUGAIS
Os nossos sacrifícios a benefício da união familiar e da continuidade dessa união serão abençoados na Vida Maior. Muitos Amigos da Espiritualidade estão colaborando em nosso favor, sustentando-nos as forças, para que a nossa comunhão conjugal prossiga com a superação dos problemas em foco, rogando-nos, para isso, muita serenidade e compreensão, paz e fé viva em Deus, acima de quaisquer considerações em torno das opiniões de companheiros e amigos do Plano Físico.
Jesus nos ampare e nos abençoe.
Do livro Apelos Cristãos. Espírito Bezerra de Meneses. Francisco Cândido Xavier.

26) CASAIS  MENOS  FELIZES
Se encontraste a felicidade no lar tranqüilo, no instante de julgar os companheiros em conflito no casamento, guarda-te em silêncio, se não podes louvá-los em algum ângulo da experiência que atravessam.
Já que conseguistes preservar a essência do amor nos fixadores da amizade e da ternura sem mescla, compadece-te daqueles que, de um momento para outro, se reconheceram defrontados por incompatibilidade e perturbação. Efetivamente, anotaste-lhes os erros prováveis e lhes viste as atitudes aparentemente impensadas ou inseguras; no entanto, não lhes enxergastes os obstáculos e lágrimas,ansiedades e angústias, na gênese do drama doméstico em que se lhes arrasam as forças e do qual agora talvez consigas observar somente o fim.
Quantos de nós carregamos pesados grilhões de culpas adquiridos em existências passadas?  Quantos compromissos teremos relegados para trás, reclamando-nos atenção e pagamento?
Entretanto, quando colocados uns à frente dos outros, nos bastidores caseiros da Terra,por impositivos da reencarnação, comumente fugimos de solucionar os problemas e ressarcir os débitos que nós mesmo criamos.
Que o dever é dever não padece dúvidas, todavia, em muitas ocasiões não dispomos da força necessária para cumpri-lo.
E, se no mundo encontramos, por vezes, credores humanos e generosos que nos aguardam com paciência, que dizer do Senhor, cuja justiça se erige em base de infinita misericórdia?
Se te observas feliz nos laços conjugais, é razoável que não aplaudas àquilo que te pareça desequilíbrio, embora nem sempre o seja, mas não censures os companheiros que a provação vergasta e o desajuste domina. Em lugar disso, ora por eles e abençoa-os, sem recusar-lhes o apoio e a simpatia de que se mostrem necessitados.
Tanto nós, quanto eles, estamos entregues à Bondade de Deus e, em matéria de ajustamentos aos imperativos do amor, nenhum de nós, na Terra, por enquanto,consegue saber com certeza se ainda hoje será para nós o dia de receber auxílio ao invés de auxiliar.
Emmanuel

33) CASAR-SE
Não basta casar-se. Imperioso saber para quê. Dirás provavelmente que a resposta é óbvia, que as criaturas abraçam o matrimônio por amor.
O amor, porém, reclama cultivo. E a felicidade na comunhão afetiva não é prato feito e sim construção do dia-a-dia. As leis humanas casam as pessoas para que as pessoas se unam segundo as Leis Divinas.
Se desposaste alguém que te constituía o mais belo dos sonhos e se encontras nesse alguém o fracasso do ideal que acalentaste, é chegado o tempo de trabalhares mais intensivamente na edificação dos planos que ideaste de início.
Ergueste o lar por amor e tão-só pelo amor conseguirás conservá-lo.
Não será exigindo tiranicamente isso ou aquilo de quem te compartilha o teto e a existência que te desincumbirás dos compromissos a que te empenhaste.
Unicamente doando a ti mesmo em apoio da esposa ou do esposo é que assegurarás a estabilidade da união em que investiste os melhores sentimentos.
Se sabes que a tolerância e a bondade resolvem os problemas em pauta, a ti cabe o primeiro passo a fim de patenteá-las na vivência comum, garantindo a harmonia doméstica.
Inegavelmente não se te nega o direito de adiar realizações ou dilatar o prazo destinado ao resgate de certos débitos, de vez que ninguém pode aceitar a criminalidade em nome do amor. Entretanto, nos dias difíceis do lar recorda que o divórcio é justo, mas na condição de medida articulada em última instância. E nem te esqueças de que casar-se é tarefa para todos os dias, porquanto somente da comunhão espiritual gradativa e profunda é que surgirá a integração dos cônjuges na vida permutada, de coração para coração, na qual o casamento se lança sempre para Mais Alto, em plenitude de amor eterno.
Emmanuel - Psicografia : Francisco Cândido Xavier  Livro : Na Era do Espírito - Cap. 11

28) CASAMENTO
O casamento ou a união permanente de dois seres, como é óbvio, implica o regime de vivência pelo qual duas criaturas se confiam uma à outra, no campo da assistência mútua.
Essa união reflete as Leis Divinas que permitem seja dado um esposo para uma esposa, um companheiro para uma companheira, um coração para outro coração ou vice-versa, na criação e desenvolvimento de valores para a vida.
Imperioso, porém, que a ligação se baseie na responsabilidade recíproca, de vez que na comunhão sexual um ser humano se entrega a outro ser humano e, por isso mesmo, não deve haver qualquer desconsideração, entre si.
Quando as obrigações mútuas não são respeitadas no ajuste, a comunhão sexual injuriada ou perfidamente interrompida costuma gerar dolorosas repercussões na consciência, estabelecendo problemas cármicos de solução, por vezes, muito difícil, porquanto ninguém fere alguém sem ferir a si mesmo.
Indiscutivelmente, nos Planos Superiores, o liame entre dois seres é espontâneo, composto em vínculos de afinidade inelutável. Na Terra do futuro, as ligações afetivas obedecerão a idêntico princípio e, por antecipação, milhares de criaturas já desfrutam no próprio estágio da encarnação dessas uniões ideais, em que se jungem psiquicamente uma à outra, sem necessidade da permuta sexual, mais profundamente considerada, a fim de se apoiarem mutuamente, na formação de obras preciosas, na esfera do espírito.
Acontece, no entanto, que milhões de almas, detidas na evolução primária, jazem no Planeta, arraigadas a débitos escabrosos, perante a lei de causa e efeito e, inclinadas que ainda são ao desequilíbrio e ao abuso, exigem severos estatutos dos homens para a regulação das trocas sexuais que lhes dizem respeito, de modo a que não se façam salteadores impunes na construção do mundo moral.
Os débitos contraídos por legiões de companheiros da Humanidade, portadores de entendimento verte para os temas do amor, determinam a existência de milhões de uniões supostamente infelizes, nas quais a reparação de faltas passadas confere a numerosos ajustes sexuais, sejam eles ou não acobertados pelo beneplácito das leis humanas, o aspecto de ligações francamente expiatórias, com base no sofrimento purificador. De qualquer modo, é forçoso reconhecer que não existem no mundo conjugações afetivas, sejam elas quais forem, sem raízes nos princípios cármicos, nos quais as nossas responsabilidades são esposadas em comum.
Emmanuel - Psicografia : Francisco Cândido Xavier Livro : Vida e Sexo

50) DESAJUSTES
"Sede indulgentes, meus amigos, porquanto a indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita. " Do item 16 do Cap.X, de "o evangelho segundo o espiritismo".
É comum observar-se que o casamento promissor repentinamente adoece. Desvelam-se empeços dos cônjuges no ramerrão do cotidiano. Conflitos, moléstias, desníveis, falhas de formação e temperamento.
Em certos lances da experiência, é a mulher que se consorciou acreditando encontrar no esposo o retrato psicológico do pai, a quem se vinculou desde o berço; em outros, é o homem a exigir da companheira a continuidade da genitora, a quem se jungiu desde a vida fetal.
Ocorre, porém, que o matrimonio é uma quebra de amarras através da qual o navio da existência larga o cais dos laços afetivos em que, por muito tempo, jazia ancorado.
Na viagem, que se inicia a dois, parceiro e parceira se revelarão, um à frente do outro, tais quais são e como se encontram na realidade, evidenciando, em toda a extensão, os defeitos e as virtudes que, porventura, carreguem.
Desajustes e inadaptações costumam repontar, ameaçando a estabilidade da embarcação doméstica, atirada ao navegar nas águas da experiência.
É razoável se convoque o auxílio de técnicos capazes de sanar as lesões no barco em perigo, como sejam médicos e psicólogos, amigos e conselheiros, cuja contribuição se revestirá sempre de inapreciável valor; entretanto, ao desenrolar de obstáculos e provas, o conhecimento da reencarnação exerce encargo de importância por trazer aos interessados novo campo de observações e reflexões, impelindo-os à tolerância, sem a qual a rearmonização acena sempre mais longe.
Homem e mulher, usando a chave de semelhante entendimento, passam mecanicamente a reconhecer que é preciso desvincular e renovar sentimentos, mas em bases de compreensão e serenidade, amor e paz.
Urge perceber que o "nós" da comunhão afetiva não opera a fusão dos dois seres que o constituem. Cada parceiro, no ajuste, continua sendo um mundo por si. E nem sempre os característicos de um se afinam com o outro. Daí a conveniência do mútuo aceite, com a obrigação da melhoria do casal.
Para isso, não bastarão providências de superfície. Há que internar o raciocínio em considerações mais profundas para que as raízes do desequilíbrio sejam erradicadas da mente.
Aceitação, o problema.
Forçoso admitir o companheiro ou a companheira como são ou como se aboletam na embarcação doméstica. E, feito isso, inicie-se a obra da edificação ou da reedificação recíprocas.
Obvio que conclusões e atitudes não se impõem no campo mental; entretanto, não se arrependerá quem se disponha a estudar os princípios da reencarnação e da responsabilidade individual no próprio caminho.
Obtém-se da vida o que se lhe dá, colhe-se o material de plantio.
Habitualmente, o homem recebe a mulher, como a deixou e no ponto em que a deixou no passado próximo, isto é, nas estâncias do tempo que se foi para o continuísmo da obra de resgate ou de elevação no tempo de agora, sucedendo o mesmo referentemente à mulher.
O parceiro desorientado, enfermo ou infiel, é aquele homem que a parceira, em existências anteriores, conduziu à perturbação, à doença ou à deslealdade, através de atitudes que o segregaram em deploráveis estados compulsivos; e a parceira, nessas condições, consubstancia necessidades e provas da mesma espécie.
Tão-somente na base da indulgência e do perdão recíprocos, mais facilmente estruturáveis no conhecimento da reencarnação, com as imbricações que se lhe mostram conseqüentes na equipe da família, conseguirão o companheiro e a companheira do lar o triunfo esperado, nas lides e compromissos que abraçam, descerrando a si mesmos a porta da paz e a luz da libertação.
Emmanuel - Psicografia : Francisco Cândido Xavier Livro : Vida e Sexo

172) UNIÃO  INFELIZ
 “Pergunta --- Qual o fim objetivado com a reencarnação?” “Resposta --- Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a justiça?”  Item n. 167, de “O Livro dos Espíritos”.
Dolorosa, sem dúvida, a união considerada menos feliz. E, claro, que não existe obrigatoriedade para que alguém suporte, a contragosto, a truculência ou o peso de alguém, ponderando-se que todo espírito é livre no pensamento para definir-se, quanto às próprias resoluções. Que haja, porém, equilíbrio suficiente nos casais jungidos pelo compromisso afetivo, para que não percam a oportunidade de construir a verdadeira libertação.
 Indiscutivelmente, os débitos que abraçamos são anotados na Contabilidade da Vida; todavia, antes que a vida os registre por fora, grava em nós mesmos, em toda extensão, o montante e os característicos de nossas faltas.
A pedra que atiramos no próximo talvez não volte sobre nós em forma de pedra, mas permanece conosco na figura de sofrimento. E, enquanto não se remove a causa da angústia, os efeitos dela perduram sempre, tanto quanto não se extingue a moléstia, em definitivo, se não a eliminamos na origem do mal.
Nas ligações terrenas, encontramos as grandes alegrias; no entanto, é também dentro delas que somos habitualmente defrontados pelas mais duras provações. Isso porque, embora não percebamos de imediato, recebemos, quase sempre, no companheiro ou na companheira da vida íntima, os reflexos de nós próprios.
È natural que todas as conjugações afetivas no mundo se nos figurem como sendo encantados jardins, enaltecidos de beleza e perfume, lembrando livros de educação, cujo prefácio nos enleva com a exaltação dos objetivos por atingir. A existência física, entretanto, é processo específico de evolução, nas áreas do tempo, e assim como o aluno nenhuma vantagem obterá da escola se não passa dos ornamentos exteriores do educandário em que se matricula, o espírito encarnado nenhum proveito recolheria do casamento, caso pretendesse imobilizar-se no êxtase do noivado.
Os princípios cármicos desenovelam-se com as horas. Provas, tentações, crises salvadoras ou situações expiatórias surgem na ocasião exata, na ordem em que se nos recapitulam oportunidades e experiências, qual ocorre à semente que, devidamente plantada, oferece o fruto em tempo certo.
O matrimônio pode ser precedido de doçura e esperança, mas isso não impede de que os dias subsequentes, em sua marcha incessante, tragam aos cônjuges os resultados das próprias criações que deixaram para trás.
 A mudança espera todas as criaturas nos caminhos do Universo, a fim de que a renovação nos aprimore.
A jovem suave que hoje nos fascina, para a ligação afetiva, em muitos casos será talvez amanhã a mulher transformada, capaz de impor-nos dificuldades enormes para a consecução da felicidade; no entanto, essa mesma jovem suave foi, no passado - em existências já transcorridas - , a vítima de nós mesmos, quando lhe infligimos os golpes de nossa própria deslealdade ou inconseqüência , convertendo-a na mulher temperamental ou infiel que nos cabe agora revelar e retificar. O rapaz distinto que atrai presentemente a companheira, para os laços da comunhão mais profunda, bastas vezes será provavelmente depois o homem cruel e desorientado, suscetível de constrangê-la a carregar todo um calvário de aflições, incompatíveis com os anseios de ventura que lhe palpitam na alma. Esse mesmo rapaz distinto, porém, foi no pretérito - em existências que já se foram - a vítima dela própria, quando, desregrada ou caprichosa, lhe desfigurou o caráter, metamorfoseando-o no homem vicioso ou fingido que lhe compete tolerar e reeducar.
Toda vez que amamos alguém e nos entregamos a esse alguém, no ajuste sexual, ansiando por não nos desligarmos desse alguém, para depois - somente depois - surpreender nesse alguém defeitos e nódoas que antes não víamos, estamos à frente de criatura anteriormente dilapidada por nós, a ferir-nos justamente nos pontos em que a prejudicamos, no passado, não só a cobrar-nos o pagamento de contas certas, mas, sobretudo, a esmolar-nos compreensão e assistência, tolerância e misericórdia, para que se refaça ante as leis do destino. A união suposta infeliz deixa de ser, portanto, um cárcere de lágrimas para ser um educandário bendito, onde o espírito equilibrado e afetuoso, longe de abraçar a deserção, aceita, sempre que possível, o companheiro ou a companheira que mereceu ou de que necessita, a fim de quitar-se com os princípios de causa e efeito, liberando-se das sombras de ontem para elevar-se, em silenciosa vitória sobre si mesmo, para os domínios da luz.
Emmanuel - Psicografia : Francisco Cândido Xavier - Livro : Vida e Sexo – Cap. 9 – Pág. 41

176) UNIÕES  ENFERMAS
Se te encontras nas tarefas da união conjugal, recorda que ora a execução dos encargos em dupla é a garantia de tua própria sustentação. Dois associados no condomínio da responsabilidade na mesma construção. Dois companheiros compartilhando um só investimento.
Às vezes, depois dos votos de ternura e fidelidade, quando as promessas se encaminham para as realizações objetivas, os sócios de base da empresa familiar encontram obstáculos pela frente.
Um deles terá adoecido e falta no outro a tolerância necessária.
Surge a irritação e aparece o ressentimento.
Em outras ocasiões, o trabalho se amplia em casa e um deles foge à cooperação.
Surge o cansaço e aparece o desapreço.
Hoje – queixas.
Adiante – desatenções e lágrimas.
Amanhã – rixas.
Adiante ainda – amarguras e acusações recíprocas.
Se um dos responsáveis não se dispõe a compreender a validade do sacrifício, aceitando-o por medida de salvação do instituto doméstico, eis a união enferma ameaçando ruptura.
Nesse passo, costumam repontar do caminho laços e afinidades de existências do pretérito convidando esse ou aquele dos parceiros para uniões diferentes. E será indispensável muita abnegação para que os chefes da comunhão familiar não venham a desfazer, de todo, a união já enferma, partindo no rumo de novos ajustes afetivos.
Entende-se claro que o divórcio é lei humana que vem unicamente confirmar uma situação que já existe e que, se calamidades da alma pendem sobre a casa, não se dispõe de outra providência mais razoável para recomendar, além dessa. Entretanto, se te vês nos problemas da união enferma e, principalmente se tens crianças a proteger, tanto quanto se te faça possível, mantém o lar que edificaste com as melhores forças do espírito.
Realmente, os casamentos de amor jamais adoecem, mas nos enlaces de provação redentora, os cônjuges solicitaram, antes do berço terrestre, determinadas tarefas em regime de compromisso perante a Vida Infinita. E, ante a Vida Infinita convém lembrar sempre que os nossos débitos não precisam de resgate, a longo prazo, pela contabilidade dos séculos, desde que nos empenhemos a solve-los em tempo curto, pelo crediário da paciência, a serviço do amor.
Emmanuel - Livro: Caminhos de Volta - Psicografia: Francisco C. Xavier - Espíritos diversos

179) VIDA  CONJUGAL
“Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o seu marido.”  Paulo. (EFÉSIOS, 5:33.)
As tragédias da vida conjugal costumam povoar a senda comum. Explicando o desequilíbrio, invoca-se a incompatibilidade dos temperamentos, os desencantos da vida íntima ou as excessivas aflições domésticas.
O marido disputa companhias novas ou entretenimentos prejudiciais, ao passo que, em muitos casos, abre-se a mente feminina ao império das tentações, entrando em falso rumo.
Semelhante situação, porém, será sempre estranhável nos lares formados sobre as escolas da fé, nos círculos do Cristianismo.
Os cônjuges, com o Cristo, acolhem, acima de tudo, as doces exortações da fraternidade.
É possível que os sonhos, muita vez, se desfaçam ao toque de provas salvadoras, dentro dos ninhos afetivos, construídos na árvore da fantasia. Muitos homens e mulheres exigem, por tempo vasto, flores celestes sobre espinhos terrenos, reclamando dos outros atitudes e diretrizes que eles são, por enquanto, incapazes de adotar, e o matrimônio se lhes converte em instituição detestável.
O cristão, contudo, não pode ignorar a transitoriedade das experiências humanas. Com Jesus, é impossível destruir os divinos fundamentos da amizade real. Busque-se o lado útil e santo da tarefa e que a esperança seja a lâmpada acesa no caminho...
Tua esposa mantém-se em nível inferior à tua expectativa? Lembra-te de que ela é mãe de teus filhinhos e serva de tuas necessidades. Teu esposo é ignorante e cruel? Não olvides que ele é o companheiro que Deus te concedeu...
Emmanuel - Do livro Mãe. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

31) Casamento e Família
Diante das contestações que se avolumam, na atualidade, pregando a reforma dos hábitos e costumes, surgem os demolidores de mitos e de Instituições, assinalando a necessidade de uma nova ordem que parece assentar as suas bases na anarquia.
A onda cresce e o tresvario domina, avassalador, ameaçando os mais nobres patrimônios da cultura, da ética e da civilização, conquistados sob ônus pesados, no largo processo histórico da evolução do homem.
Os aficionados de revolução destruidora afirmam que os valores ora considerados, são falsos, quando não falidos, e que os mesmos vêm comprimindo o indivíduo, a sociedade e as massas, que permanecem jungidos ao servilismo e à hipocrisia, gerando fenômenos alucinatórios e mantendo, na miséria de vários matizes, grande parte da humanidade.
Entre as Instituições que, para eles, se apresentam ultrapassadas, destacam o matrimônio e a família, propondo a promiscuidade sexual, que disfarçam com o nome de "amor livre", e a independência do jovem, imaturo e inconseqüente, sob a justificativa de liberdade pessoal, que não pode nem deve ser asfixiada sob os impositivos da ordem, da disciplina, da educação...
Excedendo-se, na arbitrariedade das propostas ideológicas ainda não confirmadas pela experiência social nem pela convivência na comunidade, afirmam que a criança e o jovem não são dependentes quanto parecem, podendo defender-se e realizar-se, sem a necessidade da estrutura familiar, o que libera os pais negligentes de manterem os vínculos conjugais, separando-se tão logo enfrentam insatisfações e desajustes, sem que se preocupem com a prole.
Não é necessário que analisemos os problemas existenciais destes dias, nem que façamos uma avaliação dos comportamentos alienados, que parecem resultar da insatisfação, da rebeldia e do desequilíbrio, que grassam em larga escala.
A monogamia é conquista de alto valor moral da criatura humana, que se dignifica pelo amor e respeito ao ser elegido, com ele compartindo alegrias e dificuldades, bem-estar e sofrimentos, dando margem às expressões da afeição profunda, que se manifesta sem a dependência dos condimentos sexuais, nem dos impulsos mais primários da posse, do desejo insano.
Utilizando-se da razão, o homem compreende que a vida biológica é uma experiência muito rápida, que ainda não alcançou biótipos de perfeição, graças ao que, é frágil, susceptível de dores, enfermidades, limitações, sendo, os estágios da infância como o da juventude, preparatórios para os períodos do adulto e da velhice.
Assim, o desgaste e o abuso de agora tornam-se carência e infortúnio mais tarde, na maquinaria que deve ser preservada e conduzida com morigeração.
Aprofundando o conceito sobre a vida, se lhe constata a anterioridade ao berço e a continuidade após o túmulo, numa realidade de interação espiritual com objetivos definidos e inamovíveis, que são os mecanismos inalienáveis do progresso, em cujo contexto tudo se encontra sob impositivos divinos expressos nas leis universais.
Desse modo, baratear, pela vulgaridade, a vida e atirá-la a situações vexatórias, destrutivas, constitui crime, mesmo quando não catalogado pelas leis da justiça, exaradas nos transitórios códigos humanos.
O matrimônio é uma experiência emocional que propicia comunhão afetiva, da qual resulta a prole sob a responsabilidade dos cônjuges, que se nutrem de estímulos vitais, intercambiando hormônios preservadores do bem estar físico e psicológico. Não é, nem poderia ser, uma incursão ao país da felicidade, feita de sonhos e de ilusões.
Representa um tentame, na área da educação do sexo, exercitando a fraternidade e o entendimento, que capacitam as criaturas para mais largas incursões na área do relacionamento social. Ao mesmo tempo, a família constitui a célula experimental, na qual se forjam valores elevados e se preparam os indivíduos para uma convivência salutar no organismo universal, onde todos nos encontramos fixados.
A única falência, no momento, é a do homem, que se perturba, e, insubmisso, deseja subverter a ordem estabelecida, a seu talante, em vãs tentativas de mudar a linha do equilíbrio, dando margem às alienações em que mergulha.
Certamente, muitos fatores sociológicos, psicológicos, religiosos e econômicos contribuíram para este fenômeno. Não obstante, são injustificáveis os comportamentos que investem contra as Instituições objetivando demoli-las, ao invés de auxiliar de forma edificante em favor da renovação do que pode ser recuperado, bem como da transformação daquilo que se encontre ultrapassado.
O processo da evolução é inevitável. Todavia, a agressão, pela violência, contra as conquistas que devem ser alteradas, gera danos mais graves do que aqueles que se buscam corrigir. O lar, estruturado no amor e no respeito aos direitos dos seus membros, á a mola propulsionadora do progresso geral e da felicidade de cada um, como de todos em conjunto.
Para esse desiderato, são fixados compromissos de união antes do berço, estabelecendo-se diretrizes para a família, cujos membros se voltam a reunir com finalidades específicas de recuperação espiritual e de crescimento intelecto-moral, no rumo da perfeição relativa que todos alcançarão.  Esta é a finalidade primeira da reencarnação.
A precipitação e desgoverno das emoções respondem pela ruptura da responsabilidade assumida, levando muitos indivíduos ao naufrágio conjugal e á falência familiar por exclusiva responsabilidade deles mesmos.
Enquanto houver o sentimento de amor no coração do homem - e ele sempre existirá, por ser manifestação de Deus ínsita na vida - o matrimônio permanecerá, e a família continuará sendo a célula fundamental da sociedade.
Envidar esforços para a preservação dos valores morais, estabelecidos pela necessidade do progresso espiritual, é dever de todos que, unidos, contribuirão para uma vida melhor e uma humanidade mais feliz, na qual o bem será a resposta primeira de todas as aspirações.
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Antologia Espiritual. Ditado pelo Espírito Benedita Fernandes.

74) Em Casa
Ninguém foge à Lei da Reencarnação.
ONTEM, atraiçoamos a confiança de um companheiro, induzindo-o à derrocada moral.
HOJE, guardamo-lo na condição do parente difícil, que nos pede sacrifício incessante.
ONTEM, abandonamos a jovem que nos amava, inclinando-a ao mergulho na lagoa do vício.
HOJE, temo-la de volta por filha incompreensiva, necessitada do nosso amor.
ONTEM, colocamos o orgulho e a vaidade no peito de um irmão que nos seguia os exemplos menos felizes.
HOJE, partilhamos com ele, à feição de esposo despótico ou de filho-problema, o cálice amargo da redenção.
ONTEM, esquecemos compromissos veneráveis, arrastando alguém ao suicídio.
HOJE, reencontramos esse mesmo alguém na pessoa de um filhinho, portador de moléstia irreversível, tutelando-lhe, à custa de lágrimas, o trabalho de reajuste.
ONTEM, abandonamos a companheira inexperiente, à míngua de todo auxílio, situando-a nas garras da delinqüência.
HOJE, achamo-la ao nosso lado, na presença da esposa conturbada e doente, a exigir-nos a permanência no curso infatigável da tolerância.
ONTEM, dilaceramos a alma sensível de pais afetuosos e devotados, sangrando-lhes o espírito, a punhaladas de ingratidão.
HOJE, moramos no espinheiro, em forma de lar, carregando fardos de angústia, a fim de aprender a plantar carinho e fidelidade.
À frente de toda dificuldade e de toda prova, abençoa sempre e faze o melhor que possas.
Ajuda aos que te partilham a experiência, ora pelos que te perseguem, sorri para os que te ferem e desculpa todos aqueles que te injuriam...
A humildade é a chave de nossa libertação.
E, sejam quais sejam os teus obstáculos na família, é preciso reconhecer que toda construção moral do Reino de Deus, perante o mundo, começa nos alicerces invisíveis da luta em casa.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Amor e Vida em Família. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 1995.

68) EDUCAÇÃO  NO  LAR
“Vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai.” – Jesus.  (JOÃO, 8:38.)
Preconiza-se na atualidade do mundo uma educação pela liberdade plena dos instintos do homem, olvidando-se, pouco a pouco, os antigos ensinamentos quanto à formação do caráter no lar; a coletividade, porém, cedo ou tarde, será compelida a reajustar seus propósitos.
Os pais humanos têm de ser os primeiros mentores da criatura. De sua missão amorosa, decorre a organização do ambiente justo. Meios corrompidos significam maus pais entre os que, a peso de longos sacrifícios, conseguem manter, na invigilância coletiva, a segurança possível contra a desordem ameaçadora.
A tarefa doméstica nunca será uma válvula para gozos improdutivos, porque constitui trabalho e cooperação com Deus. O homem ou a mulher que desejam ao mesmo tempo ser pais e gozadores da vida terrestre estão cegos e terminarão seus loucos esforços, espiritualmente falando, na vala comum da inutilidade.
Debalde se improvisarão sociólogos para substituir a educação no lar por secedâneos abstrusos que envenenam a alma. Só um espírito que haja compreendido a paternidade de Deus, acima de tudo, consegue escapar à lei pela qual os filhos sempre imitarão os pais, ainda quando sejam perversos.
Ouçamos a palavra do Cristo e, se tendes filhos na Terra, guardai a declaração do Mestre, como advertência.
Livro Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel, psicografia Francisco Cândido Xavier

69) EM  FAMÍLIA
A família consangüínea é a lavoura de luz da alma, dentro da qual triunfam somente aqueles que se revestem de paciência, renúncia e boa vontade.
De quando a quando, o amor nos congrega, em pleno campo da vida, regenerando-nos a sementeira do destino.
Geralmente, não se reúnem a nós os companheiros que já demandaram à esfera superior, dignamente areolados por vencedores, e sim afeiçoados menos estimáveis de outras épocas, para restaurarmos o tecido da fraternidade, indispensável ao agasalho de nossa alma, na jornada para os cimos da vida.
Muitas vezes, na condição de pais e filhos, cônjuges ou parentes, não passamos de devedores em resgate de antigos compromissos.
Se és pai, não abandones teus filhos aos processos evolutivos da natureza animal, qual se fora menos digno de atenção que a hortaliça da tua casa.
A criança é um "trato de terra espiritual "que devolverá o que aprende, invariavelmente, de acordo com a sementeira recebida.
Se és filho, não desprezes teus pais, relegando-os ao esquecimento e subestimando-lhes os corações, como se estivessem em desacordo com os teus ideais de elevação e nobreza, porque também, um dia, precisarás da alheia compreensão para que se  te aperfeiçoe na individualidade a região presentemente menos burilada e menos atendida.
A criatura no acaso da existência é o espelho do teu próprio futuro na Terra.
Aprende a usar a bondade, em doses intensivas, ajustando-a ao entendimento e à vigilância para que a tua experiência em família não desapareça no tempo, sem proveito para o caminho a trilhar.
Quem não auxilia a alguns, não se acha habilitado ao socorro de muitos.
Quem não tolera o pequeno desgosto doméstico, sabendo sacrificar-se com espontaneidade e alegria, a benefício do companheiro de tarefa ou de lar, debalde se erguerá por salvador de criaturas e situações que ele mesmo desconhece.
Cultiva o trabalho constante, o silêncio oportuno, a generosidade sadia e conquistarás o respeito dos outros, sem o qual ninguém consegue ausentar-se do mundo em paz consigo mesmo.
Se não praticas no grupo familiar ou no esforço isolado a comunhão com Jesus, não te demores a buscar-lhe a vizinhança. a inspiração e a diretriz.
Não percas o tesouro das horas em reclamações improfícuas ou destrutivas.
Procura entender e auxiliar a todos em casa, para que todos em casa te entendam e auxiliem na luta cotidiana, tanto quanto lhe seja possível.
O lar é o porto de onde  a alma se retira para o mar alto do mundo, e quem não transporta no coração o lastro da experiência dificilmente escapará ao naufrágio parcial ou total.
Procura a paz com os outros  ou a sós. Recorda que todo dia é dia de começar.
Emmanuel - Psicografia: Francisco Cândido Xavier Livro: Família

120) NO  LAR
Não olvides que teu filho, sendo a materialização de teu sonho, é também tua obra na Terra.
Às vezes é um lírio que plantaste no tempo; contudo, na maioria das ocasiões, é um fragmento de mármore que deixaste à distância.
Flor que te pode encorajar ou pedra que te pode ferir. Recebe-o, pois, como quem encontra a oportunidade mais santa de trabalho no mundo.
Não lhe abandones o espírito à liberdade absoluta, para que se não perca ao longo da estrada, e nem cometas a loucura de encarcerá-lo em teus pontos de vista, para que o teu exclusivismo não lhe desfigure as qualidades inatas para o infinito bem.
Ajuda-o, acima de tudo, a crescer para o ideal superior, assim como auxilias a árvore nascente, em ímpeto ascensional para a luz.
Livra-o das deformidades mentais, tanto quanto proteges o vegetal proveitoso contra a invasão da erva sufocante.
Ser pai é ser colaborador efetivo de Deus, na Criação.  Receber um filho é deter entre os homens o mais sagrado depósito.
Não desertes, assim, da abnegação em que deves empenhar todas as forças peculiares à própria vida, a fim de que o rebento de tuas aspirações humanas se faça legítimo sucessor dos teus mais íntimos anseios de elevação.
O lar, na Terra, ainda é o ponto de convergência do passado. Dentro dele, entre as quatro paredes que lhe constituem a expressão no espaço, recebemos todos os serviços que o tempo nos impõe, habilitando-nos ao título de cidadãos do mundo.
Exercitemos, desse modo, o amor e o serviço, a humildade e o devotamento, no templo familiar, à frente de nossos amigos ou adversários do pretérito transformados hoje em nossos parentes ou em nossos filhos, e estaremos alcançando nos problemas da eternidade a mais alta e a mais sublime equação.
Emmanuel - Extraído do livro  "Luz no Lar"- Francisco Cândido Xavier

127) NOÇÕES  DE  LAR
Desejando colher valores educativos que fluíam naturalmente da palestra da senhora Laura, perguntei, curioso: - Desempenhando tantos deveres, a senhora ainda tem atribuições fora de casa?
- Sim; vivemos numa cidade de transição; no entanto, as finalidades da colônia residem no trabalho e no aprendizado. As almas femininas, aqui, assumem numerosas obrigações, preparando-se para voltar ao planeta ou para ascender a esferas mais altas.
- Mas a organização doméstica, em "Nosso Lar", é idêntica à da Terra?
- O lar terrestre é que, de há muito, se esforça por copiar nosso instituto doméstico; mas os cônjuges por lá, com raras exceções, estão ainda a mondar o terreno dos sentimentos, invadido pelas ervas amargosas da vaidade pessoal, e povoado de monstros do ciúme e do egoísmo. Quando regressei do planeta, pela última vez, trazia, como é natural; profundas ilusões. Coincidiu, porém, que, na minha crise de orgulho ferido, fui levada a ouvir um grande instrutor, no Ministério do Esclarecimento. Desde esse dia, nova corrente de idéias me penetrou o espírito.
- O orientador, muito versado em matemática - prosseguiu ela -, fez-nos sentir que o lar é como se fora um ângulo reto nas linhas do plano da evolução divina. A reta vertical é o sentimento feminino, envolvido nas inspirações criadoras da vida. A reta horizontal é o sentimento masculino, em marcha de realizações no campo do progresso comum. O lar é o sagrado vértice onde o homem e a mulher se encontram para o entendimento indispensável. É templo, onde as criaturas devem unir-se espiritual antes que corporalmente. Há na Terra, agora, grande número de estudiosos das questões sociais, que aventam várias medidas e clamam pela regeneração da vida doméstica. Alguns chegam a asseverar que a instituição da família humana está ameaçada. Importa considerar, entretanto, que, a rigor, o lar é conquista sublime que os homens vão realizando vagarosamente. Onde, nas esferas do globo, o verdadeiro instituto doméstico, baseado na harmonia justa, com os direitos e deveres legitimamente partilhados? Na maioria, os casais terrestres passam as horas sagradas do dia vivendo a indiferença ou o egoísmo feroz. Quando o marido permanece calmo, a mulher parece desesperada; quando a esposa se cala, humilde, o companheiro tiraniza. Nem a consorte se decide a animar o esposo, na linha horizontal de seus trabalhos temporais, nem o marido se resolve a segui-la no vôo divino de ternura e sentimento, rumo aos planos superiores da Criação. Dissimulam em sociedade e, na vida íntima, um faz viagens mentais de longa distância, quando o outro comenta o serviço que lhe seja peculiar. Se a mulher fala nos filhinhos, o marido excursiona através dos negócios; se o companheiro examina qualquer dificuldade do trabalho, que lhe diz respeito, a mente da esposa volta ao gabinete da modista. É claro que, em tais circunstâncias, o ângulo divino não está devidamente traçado. Duas linhas divergentes tentam, em vão, formar o vértice sublime, a fim de construírem um degrau na escada grandiosa da vida eterna.
- Senhora Laura, essas definições suscitam um mundo de pensamentos novos. Ah! Se conhecêssemos tudo isso lá na Terra!...
- Questão de experiência, meu amigo - replicou a nobre matrona -, o homem e a mulher aprenderão no sofrimento e na luta. Por enquanto, raros conhecem que o lar é instituição essencialmente divina e que se deve viver, dentro de suas portas, com todo o coração e com toda a alma. Enquanto as criaturas vulgares atravessam a florida região do noivado, procuram-se mobilizando os máximos recursos do espírito, e daí o dizer-se que todos os seres são belos quando estão verdadeiramente amando. O assunto mais trivial assume singular encanto nas palestras mais fúteis. O homem e a mulher comparecem aí, na integração de suas forças sublimes. Mas logo que recebem a bênção nupcial, a maioria atravessa os véus do desejo, e cai nos braços dos velhos monstros que tiranizam corações. Não há concessões recíprocas. Não há tolerância e, por vezes, nem mesmo fraternidade. E apaga-se a beleza luminosa do amor, quando os cônjuges perdem a camaradagem e o gosto de conversar. Daí em diante, os mais educados respeitam-se; os mais rudes mal se suportam. Não se entendem. Perguntas e respostas são formuladas em vocábulos breves. Por mais que se unam os corpos, vivem as mentes separadas, operando em rumos opostos.
- Que fazer, porém, meu amigo? - replicou a bondosa senhora - na fase atual evolutiva do planeta, existem na esfera carnal raríssimas uniões de almas gêmeas, reduzidos matrimônios de almas irmãs ou afins, e esmagadora porcentagem de ligações de resgate. O maior número de casais humanos é constituído de verdadeiros forçados, sob algemas.
- As almas femininas não podem permanecer inativas aqui. É preciso aprender a ser mãe, esposa, missionária, irmã. A tarefa da mulher, no lar, não pode circunscrever-se a umas tantas lágrimas de piedade ociosa e a muitos anos de servidão. É claro que o movimento coeso do feminismo desesperado; constituí abominável ação contra as verdadeiras atribuições do espírito feminino. A mulher não pode ir ao duelo com os homens, através de escritórios e gabinetes, onde se reserva atividade justa ao espírito masculino. Nossa colônia, porém, ensina que existem nobres serviços de extensão do lar, para as mulheres. A enfermagem, o ensino, a indústria do fio, a informação, os serviços de paciência, representam atividades assaz expressivas. O homem deve aprender a carrear para o ambiente doméstico a riqueza de suas experiências, e a mulher precisa conduzir a doçura do lar para os labores ásperos do homem. Dentro de casa, a inspiração; fora dela, a atividade. Uma não viverá sem a outra. Como se sustentar o rio sem a fonte, e como se espalhar à água da fonte sem o leito do rio?
- Quando o Ministério do Auxílio me confia crianças ao lar, minhas horas de serviço são contadas em dobro, o que lhe pode dar idéia da importância do serviço maternal no plano terreno. Entretanto, quando isso não acontece, tenho meus deveres diuturnos nos trabalhos de enfermagem, com a semana de quarenta e oito horas de tarefa. Todos trabalham em nossa casa. A não ser minha neta convalescente, não temos qualquer pessoa da família em zonas de repouso. Oito horas de atividade no interesse coletivo, diariamente, é programa fácil a todos. Sentir-me-ia envergonhada se não o executasse também.
André Luiz - Da Obra“Nosso Lar”–Espírito: André Luiz/Médium:Francisco Cândido Xavier

45) CONVIVÊNCIA
A Vida vem de Deus, a convivência vem de nós.
Aqueles companheiros que nos partilham a experiência do cotidiano são os melhores que a Divina Sabedoria nos concede, a favor de nós mesmos.
Se você encontra uma pessoa difícil em sua intimidade, essa é a criatura exata que as leis da reencarnação lhe trazem ao trabalho de burilamento próprio.
As pessoas que nos compreendem são bênçãos que nos alimentam o ânimo de trabalhar, entretanto, aquelas outras que ainda não nos entendem são testes que a vida igualmente nos oferece, a fim de que aprendamos a compreender.
Recordemos: nos campos da convivência é preciso saber suportar os outros para que sejamos suportados.
Se alguém surge como sendo um enigma em seu caminho, isso quer dizer que você é igualmente um enigma para esse alguém.
Nunca diga que a amizade não existe; qual nos acontece, cada amigo nosso tem suas limitações e se algo conseguimos fazer em auxílio do próximo, nem sempre logramos fazer o máximo, de vez que somente Deus consegue tudo em todos.    
Se você realmente ama aqueles que lhe compartilham a estrada, ajude-os a ser livres para encontrarem a si mesmos, tal qual deseja você a independência própria para ser você, em qualquer lugar. Quem valoriza a estima alheia, procura igualmente estimar.
Se você acredita que franqueza rude pode ajudar a alguém, observe  o que ocorre com a planta a que você atire água fervente.  Abençoemos se quisermos ser abençoados.
André Luiz - Do Livro Respostas da Vida: Psicografia De Francisco Cândido Xavier.

81) EXPERIÊNCIA  DOMÉSTICA
Ordem, trabalho, caridade, benevolência, compreensão começam dentro de casa.
A parentela é um campo de aproximação, jamais cativeiro.
Aprendamos a ouvir sem interromper os que falam à mesa doméstica, a fim de que possamos escutar com segurança as aulas da vida.
O lar é um ponto de repouso e refazimento, nunca mostruário de móveis e filigranas, conquanto possa e deva ser enfeitado com distinção e bom gosto, tanto quanto possível.
Quem pratica o desperdício, não reclame se chegar à penúria.
Benditos quantos se dedicam a viver sem incomodar os que lhe compartilhem a experiência.
Evite as brincadeiras de mau gosto que, não raro, conduzem a desastre ou morte prematura.
O trabalho digno é a cobertura de sua independência.
Aconselhe a criança e ajude a criança na formação espiritual, que isso é obrigação de quem orienta, mas respeite os adultos em suas escolhas, porque os adultos são responsáveis e devem ser livres nas próprias ações, tanto quanto você deseja ser livre em suas idéias e empreendimentos.
Se você não sabe tolerar, entender, abençoar ou ser útil a oito ou dez pessoas do ninho doméstico, de que modo cumprir os seus ideais e compromissos de elevação nas áreas da Humanidade? Muitos crimes e muitos suicídios são levados a efeito a pretexto de se homenagear carinho e dedicação no mundo familiar.
André Luiz - Francisco Cândido Xavier. Da obra: Sinal Verde.

122) NO  RECINTO  DOMÉSTICO
Bondade no campo doméstico é a caridade começando em casa.
Nunca fale aos gritos, abusando da intimidade com os entes queridos.
Utilize os pertences caseiros sem barulho, poupando o lar a desequilíbrio e perturbação.
Aprenda a servir-se, tanto quanto possível, de modo a não agravar as preocupações da família.
Colabore na solução do problema que surja, sem alterar-se na queixa.
A sós ou em grupo, tome sua refeição sem alarme.
Converse edificando a harmonia.
É sempre possível achar a porta do entendimento mútuo, quando nos dispomos a ceder, de nós mesmos, em pequeninas demonstrações de renúncia a pontos de vista.
Quantas vezes um problema aparentemente insolúvel pede tão somente uma palavra calmante para ser resolvido?
Abstenha-se de comentar assuntos escandalosos ou inconvenientes.
Em matéria de doenças, fale o estritamente necessário.
Procure algum detalhe caseiro para louvar o trabalho e o carinho que lhe compartilham a existência.
Não se aproveite da conversação para entretecer apontamentos de crítica ou censura, seja a quem seja.
Se você tem pressa de sair, atenda ao seu regime de urgência com serenidade e respeito, sem estragar a tranqüilidade dos outros.
André Luiz - Francisco Cândido Xavier. Da obra: Sinal Verde.

114) MODOS  DESAGRADÁVEIS
Manejar portas a pancadas ou pontapés.
Arrastar móveis com estrondo sem necessidade.
Censurar os pratos servidos à mesa.
Sentar-se desgovernadamente.
Assoar-se e examinar os resíduos recolhidos no lenço, junto dos outros, esquecendo que isso é mais fácil no banheiro mais próximo.
Bocejar ruidosamente enquanto alguém está com a palavra.
Falar como quem agride.
Efusões afetivas exageradas, em público.
Interromper a conversação alheia.
Não nos esqueçamos de que a gentileza e o respeito, no trato pessoal, também significam caridade.
André Luiz - Francisco Cândido Xavier. Da obra: Sinal Verde.

100) HÁBITOS  INFELIZES
Usar pornografia ou palavrões, ainda que estejam supostamente na moda.
Pespegar tapinhas ou cotucões a quem se dirija a palavra.
Comentar desfavoravelmente a situação de qualquer pessoa.
Estender boatos e entretecer conversações negativas.
Falar aos gritos. Rir descontroladamente.
Aplicar franqueza impiedosa a pretexto de honorificar a verdade.
Escavar o passado alheio, prejudicando ou ferindo os outros.
Comparar comunidades e pessoas, espalhando pessimismo e desprestígio.
Fugir da limpeza.
Queixar-se, por sistema, a propósito de tudo e de todos.
Ignorar conveniências e direitos alheios.
Fixar intencionalmente defeitos e cicatrizes do próximo.
Irritar-se por bagatelas.
Indagar de situações e ligações, cujo sentido não possamos penetrar.
Desrespeitar as pessoas com perguntas desnecessárias.
Contar piadas suscetíveis de machucar os sentimentos de quem ouve.
Zombar dos circunstantes ou chicotear os ausentes.
Analisar os problemas sexuais seja de quem seja.
Deitar conhecimentos fora de lugar e condição, pelo prazer de exibir cultura e competência.
Desprestigiar compromissos e horários.
Viver sem método.
Agitar-se a todo instante, comprometendo o serviço alheio e dificultando a execução dos deveres próprios.
Contar vantagens, sob a desculpa de ser melhor que os demais.
Gastar mais do que se dispõe.
Aguardar honrarias e privilégios.
Não querer sofrer.
Exigir o bem sem trabalho.
Não saber agüentar injúrias ou críticas.
Não procurar dominar-se, explodindo nos menores contratempos.
Desacreditar serviços e instituições.
Fugir de estudar.
Deixar sempre para amanhã a obrigação que se pode cumprir hoje.
Dramatizar doenças e dissabores.
Discutir sem racionar.
Desprezar adversários e endeusar amigos.
Reclamar dos outros aquilo que nós próprios ainda não conseguimos fazer.
Pedir apoio sem dar cooperação.
Condenar os que não possam pensar por nossa cabeça.
Aceitar deveres e largá-los sem consideração nos ombros alheios.
André Luiz - Francisco Cândido Xavier. Da obra: Sinal Verde.

174) UNIÕES  DE  PROVA
"...Não separe o homem o que Deus ajuntou." JESUS; MATEUS, 19: 6
"...Quando Jesus disse : "não separe o homem o que Deus ajuntou", essas palavras se devem entender com referência à união, segundo a lei imutável de Deus e não segundo a lei mutável dos homens. " ;  ESE Cap. XXII, item 3
Aspiras a convivência dos espíritos de eleição com os quais te harmonizas agora, no entanto, trazes ainda na vida social e doméstica, o vínculo das uniões menos agradáveis que te compelem a frenar impulsos e a sufocar os mais belos sonhos.
Não violentes, contudo, a lei que te preceitua semelhantes deveres. Arrastamos, do passado ao presente, os débitos que as circunstâncias de hoje nos constrangem a revisar.
O esposo arbitrário e rude que te pede heroísmo é o mesmo homem de outras existências, de cuja lealdade escarneceste, acentuando-lhe a feição agressiva e cruel.
Os filhinhos doentes que te desfalecem nos braços, cancerosos ou insanos, idiotizados ou paralíticos são as almas confiantes e ingênuas de anteriores experiências terrestres, que impeliste friamente às pavorosas quedas morais.
A companheira intransigente e obsidiada, a envolver-te em farpas magnéticas de ciúme, não é outra senão a jovem que outrora embaíste com falsos juramentos de amor, enredando-lhe os pés em degradação e loucura.
Os pais e chefes tirânicos, sempre dispostos a te ferirem o coração, revelam a presença daqueles que te foram filhos em outras épocas, nos quais plantastes o espinheiral do despotismo e do orgulho, hoje contigo para que lhes renoves o sentimento, ao preço da bondade e perdão sem limites.
Espíritos enfermos, passamos pelo educandário da reencarnação, qual se o mundo, transfigurado em sábio anestesista , nos retivesse no lar para que o tempo, à feição de professor devotado, de prova em prova, efetue a cirurgia das lesões psíquicas de egoísmo e vaidade, viciação e intolerância que nos comprometem a alma.
À frente, pois, das uniões menos simpáticas, saibamos suportá-las, de ânimo firme.

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