Amplia-se na vida, segundo as nossas necessidades, o tema
sempre novo da caridade.
Ninguém calcula a importância do pão que socorre o
faminto, nem o valor do remédio que alivia o doente.
Outras expressões de beneficência, contudo, vão surgindo
imperiosas.
Uma delas, que raramente refletimos, baseia-se na dádiva
das horas – caridade do tempo, ao alcance de todos.
Não há criatura impedida de exercê-la. Em qualquer clima
social, semelhante cooperação é fundamento do bem.
Um dia de trabalho gratuito no levantamento das boas
obras. . .
Uma semana tomada às férias para concurso desinteressado
às instituições que reúnem doentes menos felizes. . .
Um horário de serviço puramente fraterno na esfera
profissional para os que nos reclamam a experiência. . .
Um momento de tolerância e respeito para os que se
extraviam na cólera. . .
Um minuto a mais de atenção para a conversa de alguém que
ainda ignora o processo de resumir. . .
Uma hora para a visita espontânea ou solicitada em que
sejamos úteis. . .
Todos podemos calar para que outros falem, extrair alguns
instantes dos apertos do dia a dia para atividades edificantes, empregar
retalhos de repouso no estudo para conseguir esclarecer ou ensinar, suprimir um
passeio ou uma distração para a felicidade de servir. . .
Não nos esqueçamos de articular oportunidades em auxílio
de outrem.
Caridade do tempo, fonte de amor e luz. É com ela e por
ela que a própria Sabedoria Divina nos ampara e nos reergue, corrige e
aprimora, usando paciência infinita conosco, através das reencarnações.
Autor: André Luiz Psicografia de Waldo Vieira