Não te
aflijas, diante do quadro de lutas que te arrebata ao torvelinho das
inevitáveis, porque a inquietação destrutiva nada constrói em benefícios dos
semelhantes.
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Por
ocasião do incêndio, não é a precipitação que salva ou retifica e nem
apagaremos o fogo crepitante, atirando-lhe combustível.
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De
qualquer modo, numa esfera de ação, qual a terrena, em que os bons sentimentos
são luzes vacilantes e obras incompletas, seremos defrontados, diariamente,
pelos raios mortíferos da desarmonia, da cólera, da intemperança e da
crueldade; entretanto, a fim de que nos convertamos em recursos vivos de
educação para os elementos que nos rodeiam, é imprescindível o aprendizado da
serenidade e do silêncio, de modo a reajustarmos, com calma, as inseguras
edificações humanas que a tempestade prejudicou.
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Ante a
convulsão do verbo desvairado, cala-te e espera.
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Ante a
violência arrasadora, emudece-te e aguarda a passagem das horas.
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Ante o
movimento inesperado das intenções menos dignas ou do ataque indébito, cala-te
ainda e conta com o tempo.
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Se
aproveitas a dificuldade e a dor, a sombra e a deficiência, por valiosas
oportunidades de auxiliar os teus irmãos, encontrarás no desdobramento de tua
cooperação a resposta a todos os problemas que te atormentam a alma.
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Quando
Jesus proclamou a bem aventurança aos aflitos, não se reportava aos espíritos
insubordinados e impacientes, que elegem o desespero e a indisciplina por
normas regulares de reação; referia-se, antes de tudo, aos que se acham aflitos
por auxiliarem o engrandecimento coletivo, por se converterem realmente à luz
eterna, por se consagrarem à caridade e, acima de tudo, por se dominarem,
transformando-se em veículos de manifestação da Vontade do Senhor.
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Assim,
pois, se te inquietas pelas construções do Bem Eterno, permaneces credenciado à
bem-aventurança divina que, efetivamente, é muito difícil de alcançar.
NÃO TE AFLIJAS – Emmanuel Do livro: Reconforto: Francisco
Cândido Xavier