Dos outros recebemos a calúnia, mas igualmente dos outros
recolhemos o louvor que, em muitas ocasiões, ao exaltar-nos imerecidamente, nos
fortalece para sermos afinal o que devemos ser e como devemos ser.
Dos outros apanhamos o prejuízo, mas dos outros obtemos a
dádiva.
De outros vem o fel; no entanto, de outros surge o
bálsamo;
Dos outros procede à ingratidão que tanta vez nos
deprime; contudo, igualmente dos outros nasce a generosidade que nos levanta o
coração para o Alto.
Dos outros chegam até nós pensamentos obsessivos;
entretanto, dos outros colhemos benditas inspirações que nos induzem á elevação
e ao progresso.
Dos outros se origina a crítica que desencoraja, mas dos
outros provém o estímulo á execução de nossa tarefa alentando-nos as forças a
fim de que possamos cumprir os deveres que a vida nos atribui.
O campo de nossas relações uns com os outros, no fundo,
assemelha-se a gleba de plantio, Em meio a terreno valioso, surpreendemos
escalracho, pântano, pedregulho... Se nos comportarmos, porém, com atenção,
administrando entendimento e amparo ao trato do solo que se nos confiou, em
tempo estreito, conseguiremos a regeneração da terra e a riqueza da produção.
Aproveitemos o símile, no intercâmbio fraternal, porque, se dos outros
recebemos os impactos da provação e da sombra, da dificuldade e da amargura, é
também através dos outros que Deus nos socorre e abençoa, invariavelmente e
cada vez mais.
CONSIDERAÇÃO
ESPÍRITA -Albino Teixeira - Do livro Paz e renovação. Francisco Cândido
Xavier.
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