Em muitas circunstâncias,
afligimo-nos ante a impossibilidade de alterar o pensamento ou o rumo das
pessoas queridas.
Como auxiliar um filho que se
distancia de nós, através de atitudes que consideramos indesejáveis, ou amparar
um amigo que persiste em caminho que não nos parece o melhor?
Às vezes, a criatura em causa é alguém que nos mereceu longo tempo de convivência e carinho; noutros lances da vida, é pessoa que se nos erigia na estrada em baliza de luz.
Tudo o que era harmonia passa ao
domínio das contradições aparentes, e tudo aquilo que se nos figurava tarefa
triunfante, nos oferece a impressão de trabalho deteriorado voltando à estaca
zero.
Chegados a esse ponto de indagação e
estranheza é imperioso compreender que todos os temos na edificação espiritual
uns dos outros uma parte limitada de serviço e concurso, depois da qual vem a
parte de Deus.
O lavrador promove condições
favoráveis ao plantio da lavoura, mas não consegue colocar o embrião na
semente; protege a árvore, mas não lhe inventa a seiva.
Assim ocorre igualmente conosco, nas
linhas da existência.
Cada qual de nós pode ofertar a outrem
apenas a colaboração de que é capaz.
Além dela, surge a zona íntima de cada
um, na qual opera a Divina Providência, através de processos inesperados e,
muitas vezes, francamente inacessíveis ao nosso estreito entendimento.
Diante, pois, dos seres diletos que se
nos complicam na estrada, o melhor e mais eficiente auxílio moral com que
possamos socorrê-los, será sempre o ato de entender-lhes a bênção da oração
silenciosa, para que aceitem, onde se colocaram, o Amparo Divino que nunca
falha.
Sejam quais sejam os problemas que nos forem apresentados pelos entes queridos, guardemos a própria serenidade e cumpramos para com eles a parte de serviço e devotamento que lhes devemos, depois da qual é forçoso nos decidamos a entregá-los à oficina da vida, em cujas engrenagens e experiências recolherão, tanto quanto nós todos temos recebido, a parte oculta do Amor e da assistência de Deus.
AUXÍLIO MORAL – Emmanuel - Livro: Alma e
Coração. Psicografia de Francisco
Cândido Xavier
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