Não aguardes as ocorrências da dor para desabotoares a
flor da piedade no coração.
Sê afável com os teus, sê gentil em casa, sê generoso onde
estiveres.
No lar, encontrarás múltiplas ocasiões, cada dia, para o
cultivo da celeste virtude.
Tolera, com calma silenciosa, a cólera daqueles que vivem
sob o teto que te agasalha.
Não pronuncies frases de acusação contra o parente que se
ausentou por algumas horas.
Não te irrites contra o irmão enganado pela vaidade ou
pelo orgulho que se transviou nos vastos despenhadeiros da ilusão.
Na tarefa de esposo, desculpa a franqueza ou a
exasperação da companheira, nos dias cinzentos da incompreensão; e, no ministério
da esposa, aprende a perdoar as faltas do companheiro e a esquecê-las, a fim de
que ele se fortaleça no crescimento do bem.
Se és pai ou mãe, compadece-te de teus filhos, quando
estejam dominados pela indisciplina ou pela cegueira; e, se és filho ou filha,
ajuda aos pais, quando sofram nos excessos de rigorismo ou na intemperança
mental.
Compreende o irmão que errou e ajuda-o para que não se
faça pior, e capacita-te de que toda revolta nasce da ignorância para que tuas
horas no lar e no mundo sejam forças de fraternidade e de auxilio.
Quando estiveres à beira da impaciência ou da ira, perdoa
setenta vezes sete vezes e adota o silêncio por gênio guardião de tua própria
paz.
Compadece-te sempre.
Se tudo é desespero e conturbação, onde te encontras, compadece-te
ainda, ampara e espera, sem reclamar.
Guarda a piedade, entre as bênçãos do trabalho.
Habituemo-nos a ignorar todo mal, fazendo todo o bem ao
nosso alcance.
A piedade do Senhor, nas grandes crises da vida,
transformou-se em perdão com bondade e em ressurreição com serviço incessante
pelo soerguimento do mundo inteiro.
Não te irrites contra o irmão enganado pela vaidade ou
pelo orgulho que se transviou nos vastos despenhadeiros da ilusão.
Auxiliar é a honra que nos compete.
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