O perdão
é comparável à água lustral do espírito, lavando todas as nódoas que nos
assaltam o tecido da existência.
*
Não te
alegrarás, exibindo a veste salpicada de lama e nem te resignarás a conduzir,
cada dia, o lixo da própria casa na concha das próprias mãos.
*
Ao
invés disso, obrigas-te cada manhã ao ritual da limpeza, a começar por teu
próprio corpo, a fim de que a saúde e a higiene te marquem as horas.
*
No
terreno da própria alma, guardar ressentimentos e mágoas, melindres e
dissabores, ante a conduta alheia, é o mesmo que transportar, no reduto do
próprio ser, os detritos de nossa marcha, intoxicando-nos a vida.
*
Odiar é
render culto ao desequilíbrio, maldizer é abrir chagas íntimas, censurar é
ferir a esperança, exigir, quase sempre, é aborrecer.
*
Lembra-te de que todos temos necessidade da desculpa recíproca, a fim de
que a estrada se nos desimpeça do pedregulho nela atulhado por nossos próprios
erros.
*
Recorda
o reconforto que recolhes da palavra de estímulo e a bênção de alívio que te
afaga o coração, quando as tuas faltas possíveis são recebidas por outrem com
tolerância e perdoa, sem condições, a todos os golpes da senda, na certeza de
que todo mal desaparecerá para que o bem permaneça.
*
Aqui,
agora e sempre, seja onde for, aprendamos a esquecer tudo o que representa
poeira inútil da caminhada, procurando simplesmente a luz da compreensão e do
amor que tudo renova e doura, a caminho da Vida Maior e abrir-se-á renovado
caminho na longa peregrinação de trabalho e de experiência em que nos cabe
evoluir para Deus.
A HIGIENE DA ALMA – Emmanuel - Do livro: Reconforto - Francisco
Cândido Xavier
Nenhum comentário:
Postar um comentário