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CAUSAS DA OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATÊ-LA - II

Causas da obsessão e meios de combate - II
Revista Espírita, janeiro de 1863

Em nosso artigo precedente (de dezembro último), foi exposta a maneira por que se exerce a ação dos Espíritos sobre o homem, ação, por assim dizer, material. Sua causa está inteiramente no perispírito – princípio não só de todos os fenômenos espíritas propriamente ditos, mas de uma porção de efeitos morais, fisiológicos e patológicos, incompreendidos antes do conhecimento desse agente, cuja descoberta, se assim se pode dizer, abrirá horizontes novos à ciência, quando esta se decidir a reconhecer a existência do mundo invisível.

Como vimos, o perispírito representa importante papel em todos os fenômenos da vida: é a fonte de múltiplas afecções, cuja causa é em vão buscada pelo escalpelo na alteração dos órgãos, e contra as quais é impotente a terapêutica. Por sua expansão explicam-se, ainda, as reações de indivíduo a indivíduo, as atrações e repulsões instintivas, a ação magnética, etc. No Espírito livre ou desencarnado substitui o corpo material. É o agente sensitivo, o órgão através do qual ele age. Pela natureza fluídica e expansiva do perispírito, o Espírito atinge o indivíduo sobre o qual quer agir, rodeia-o, envolve-o, penetra-o e o magnetiza.

O homem que vive em meio ao mundo invisível está incessantemente submetido a essas influências, do mesmo modo que às da atmosfera que respira. E aquelas se traduzem por efeitos morais e fisiológicos, dos quais não se dá conta e que, freqüentemente, atribui a causas inteiramente contrárias. Essa influência difere, naturalmente, segundo as boas ou más qualidades do Espírito, como ficou explicado no artigo precedente. Se ele for bom e benevolente, a influência será agradável e salutar; é como as carícias de uma terna mãe, que toma o filho nos braços. Se for mau e perverso, será dura, penosa, de ânsia e por vezes perversa: não abraça – constrange. Vivemos num oceano fluídico, incessantemente a braços com correntes contrárias, que atraímos, ou repelimos, e às quais nos abandonamos, conforme nossas qualidades pessoais, mas em cujo meio o homem sempre conserva o seu livre arbítrio, atributo essencial de sua natureza, em virtude do qual pode sempre escolher o caminho.

Como se vê, isto é inteiramente independente da faculdade mediúnica, tal qual esta é vulgarmente compreendida. Estando a ação do mundo invisível na ordem das coisas naturais, ela se exerce sobre o homem, abstração feita de qualquer conhecimento espírita. Estamos a elas submetidos como o estamos à ação da eletricidade atmosférica, mesmo sem saber física, como ficamos doentes, sem conhecer medicina. Ora, assim como a física nos ensina a causa de certos fenômenos e a medicina a de certas doenças, o estudo da ciência espírita nos ensina a dos fenômenos devidos às influências ocultas do mundo invisível e nos explica o que, sem isto, parecerá inexplicável.

A mediunidade é o meio direto de observação. O médium – permitam-nos a comparação – é o instrumento de laboratório pelo qual a ação do mundo invisível se traduz de maneira patente. E, pela facilidade oferecida de repetição das experiências, permite-nos estudar o modo e as nuanças desta ação. Destes estudos e observações nasceu a ciência espírita.

Todo indivíduo que, desta ou daquela maneira, sofre a influência dos Espíritos, é, por isso mesmo, médium. Por isso mesmo pode dizer-se que todo o mundo é médium. Mas é pela mediunidade efetiva, consciente e facultativa, que se chegou a constatar a existência do mundo invisível e, pela diversidade das manifestações obtidas ou provocadas, que foi possível esclarecer a qualidade dos seres que o compõem e o papel que representam na natureza. O médium fez pelo mundo invisível o mesmo que o microscópio pelo mundo dos infinitamente pequenos.

É, pois, uma força nova, uma nova energia, uma nova lei, numa palavra, que nos foi revelada. É realmente inconcebível que a incredulidade repila mesmo a idéia, por isso que esta idéia supõe em nós uma alma, um princípio inteligente que sobrevive ao corpo. Se tratasse da descoberta de uma substância material e não inteligente, seria aceita sem dificuldade. Mas uma ação inteligente fora do homem é para eles superstição. Se, da observação dos fatos produzidos pela mediunidade, remontamos aos fatos gerais, poderemos, pela similitude dos efeitos, concluir pela similitude de causas. Ora, é comparando a analogia dos fenômenos de Morzine com aqueles que diariamente a mediunidade põe aos nossos olhos, que, nos parece evidente a participação de Espíritos malfeitores naquelas circunstâncias; e não o será menos para quantos hajam meditado os numerosos casos isolados, referidos na Revista Espírita. A única diferença está no caráter epidêmico da afecção.

Mas a História registra vários fatos semelhantes, entre os quais o das religiosas de Loudun, dos convulsionários de Saint-Médard, dos das Cévenes e dos possessos do tempo de Cristo. Estes últimos, sobretudo, apresentam notável analogia com os de Morzine. E é digno de nota que, em qualquer parte onde se produzissem, a idéia de que fossem devidos aos Espíritos era dominante.

Se compararmos o nosso primeiro artigo com a teoria da obsessão, contida em O Livro dos Médiuns e com os fatos relatados na Revista, veremos que a ação dos maus Espíritos, sobre as criaturas de quem se apoderam, apresenta nuanças de intensidade e duração extremamente variadas, conforme o grau de malignidade e de perversidade do Espírito e, também, de acordo com o estado moral da pessoa, que lhe dá acesso mais ou menos fácil. Por vezes tal ação é temporária e acidental, mais maliciosa e desagradável que perigosa, como no caso, que relatamos no artigo precedente. O fato seguinte é desta categoria.

O sr. Indermuhle, de Berne, membro da Sociedade Espírita de Paris, contou-nos que em sua propriedade de Zimmerwald, seu administrador, homem de força hercúla, sentiu-se, à noite, agarrado por um indivíduo que o sacudia vigorosamente. Dir-se-ia um pesadelo. Mas não: o homem estava bem desperto, levantou-se e lutou algum tempo com o que o agarrava. E quando se sentiu livre, tomou do sabre, pendurado ao lado do leito e pôs-se a esgrimi-lo no escuro, sem nada atingir. Acendeu uma vela, procurou em vão por toda a parte: a porta estava bem fechada. Apenas voltando ao leito o jardineiro, que estava no quarto ao lado, começou a pedir socorro, debatendo-se e gritando que o estrangulavam. O caseiro correu para o vizinho de quarto mais, como no seu caso, não viu ninguém. Uma criada, que dormia no mesmo prédio, ouviu todo o barulho. Apavorados, todos vieram, no dia seguinte, contar ao sr. Indermuhle o que se havia passado. Informado de todos os detalhes e certo de que nenhum estranho poderia ter-se introduzido nos quartos, foi ele levado a crer se tratasse de um Espírito perturbador; que desde algum tempo inequívocas manifestações físicas de diversas modalidades se produziriam em sua casa. Tranqüilizou os seus serviçais, recomendando que observassem cuidadosamente tudo quanto se passasse, caso a coisa se repetisse.

Como ele e a sua senhora fossem médiuns, evocou o Espírito perturbador, que confessou e desculpou-se, dizendo: "Eu vos queria falar, pois sou infeliz e necessito de vossas preces. Há muito tempo faço tudo o que posso para vos chamar a atenção. Eu vos toco e, até já vos puxei a orelha (do que se recordou o sr. Indermuhle), mas sem resultado. Então pensei que fazendo a cena da noite passada pensaríeis em me chamar. Fizeste-o e estou contente. Asseguro-vos que não tinha más intenções. Prometei chamar-me algumas vezes e orar por mim." O sr. Indermuhle o prometeu, renovou a palestra, deu-lhe uma lição de moral, que ele escutou com prazer, orou por ele e disse à sua gente que fizesse o mesmo, o que foi feito, pois são piedosos. Desde então, tudo ficou em ordem. Infelizmente nem todos tem tão boa disposição. Esse não era mau. Alguns, porém, exercem uma ação tenaz, permanente, e pode até haver conseqüências desagradáveis para a saúde das criaturas, melhor dito, para as faculdades intelectuais, caso o Espírito chegue a subjugar a vítima, a ponto de neutralizar seu livre arbítrio e levá-la a dizer e fazer extravagâncias. Tal é o caso da loucura obsessiva, muito diversa nas causas, senão nos efeitos, da loucura patológica.

Em nossa viagem vimos o jovem obsediado, do qual falamos na Revista de janeiro de 1861, sob o título de Espírito batedor de Aube, e ouvimos do pai e de testemunhas oculares a confirmação dos fatos. O rapaz tem agora dezesseis anos, é saudável, grande, perfeitamente constituído e, contudo, queixa-se do estômago e de fraqueza nos membros, o que, segundo ele, o impede de trabalhar. Vendo-o, pode-se facilmente crer seja a preguiça sua principal doença, o que nada tira à realidade dos fenômenos produzidos há cinco anos e que, sob muitos aspectos, lembram os de Bergzabern (Revista de maio, junho e julho de 1858). Já não é o mesmo com sua saúde moral. Em criança era muito vivo e na escola aprendia com facilidade. Desde então suas faculdades enfraqueceram sensivelmente. É preciso acrescentar que só recentemente seus pais tem conhecimento do Espiritismo, ainda por ouvir dizer e muito superficialmente, pois nada leram. Antes nunca tinha ouvido falar. Não era possível, assim, ter uma causa provocadora. Os fenômenos materiais praticamente cessaram ou são hoje muito raros, mas o estado moral é o mesmo, o que é tanto mais lamentável para os pais que vivem do trabalho. Sabe-se da influência da prece em tais casos, mas como nada se pode esperar do rapaz em questão, seria necessário o concurso dos pais.

Estes estão persuadidos de que o filho está sob malévola influência oculta, mas sua crença não vai além e sua fé religiosa é das mais fracas. Dissemos aos pais que era necessário orar, mas seriamente e com fervor. "É o que já me disseram", respondeu ele, "orei algumas vezes, mas sem proveito. Se soubesse que orando algumas vezes durante vinte e quatro horas e que assim isto acabasse, eu o faria agora." Vê-se por aqui de que maneira a gente é acompanhada, no caso, pelos maiores interessados.

Eis a contra partida do caso e uma prova da eficácia da prece, quando feita com o coração e não com os lábios. Certa moça, contrariada em suas inclinações, havia-se casado com um homem a quem não amava. A mágoa que sofreu levou-a a um distúrbio mental. Sob o domínio de uma idéia fixa, perdeu a razão e teve de ser internada. Ela jamais ouvira falar de Espiritismo. Se dele se tivesse ocupado teriam dito que os Espíritos lhe haviam transtornado a cabeça. O mal provinha, assim, de uma causa moral acidental e exclusivamente pessoal. Compreende-se que em tais casos os remédios normais nenhum efeito produzem, e como não havia obsessão, podia-se, também, duvidar do efeito da prece.

Um amigo da família e membro da Sociedade Espírita de Paris, julgou dever interrogar um Espírito superior, que respondeu: "A idéia fixa dessa senhora, por sua mesma causa, atrai em sua volta uma porção de Espíritos maus, que a envolvem com seus fluidos e alimentam as suas idéias, impedindo que lhe cheguem as boas influências. Os Espíritos dessa natureza abundam sempre em semelhantes meios e constituem, sempre, obstáculo à cura dos doentes. Contudo podereis curá-la, mas para tanto é necessário uma força moral capaz de vencer a resistência. E tal força não é dada a um só. Cinco ou seis espíritas sinceros se reúnam todos os dias, durante alguns instantes e peçam com fervor a Deus e aos bons Espíritos que a assistam; que a vossa prece seja, ao mesmo tempo, uma magnetização mental. Para tanto não necessitais estar junto a ela, ao contrário. Pelo pensamento podeis levar-lhe uma salutar corrente fluídica, cuja força estará na razão de vossa intenção, aumentada pelo número. Por tal meio podereis neutralizar o mau fluido que a envolve. Fazei isto: tende fé em Deus e esperai."

Seis pessoas se dedicaram a esta obra de caridade e, durante um mês não faltaram à missão aceita. Depois de alguns dias a doente estava sensivelmente mais calma; quinze dias mais tarde a melhora era manifesta e agora voltou para sua casa em estado perfeitamente normal, ignorando ainda, como o seu marido, de onde lhe veio a cura.

A maneira de agir é aqui indicada claramente e nada teríamos a acrescentar de mais preciso à explicação dada pelo Espírito. A prece não tem apenas o efeito de levar ao doente um socorro estranho, mas o de exercer uma ação magnética. Que não poderia o magnetismo ajudado pela prece! Infelizmente certos magnetizadores, a exemplo de muitos médicos, fazem abstração do elemento espiritual; vêem apenas a ação mecânica, assim se privando de poderoso auxiliar. Esperamos que os verdadeiros espíritas vejam no fato mais uma prova do bem que podem fazer em circunstâncias semelhantes.

Aqui se apresenta uma pergunta de grande importância: O exercício da mediunidade pode provocar o desarranjo da saúde e das faculdades mentais? É de se notar que, assim formulada, esta é a pergunta feita pela maioria dos antagonistas do Espiritismo ou, melhor dito, em vez de uma pergunta, eles transformam o princípio em axioma, afirmando que a mediunidade conduz à loucura. Referimo-nos à loucura real e não a esta, mais burlesca do que séria, com que gratificam os nossos adeptos. A pergunta seria concebível da parte de quem acreditasse na existência dos Espíritos e na ação que eles pudessem exercitar, porque para eles existe algo de real. Mas para os que não acreditam, a pergunta é insensata porque se nada existe, esse nada não produzirá algo. Sendo a tese insustentável, eles se escudam nos perigos da superexcitação cerebral que, em sua opinião, pode causar a simples crença nos Espíritos. Não insistiremos sobre tal ponto, já estudado. Apenas perguntaremos se já foi feita a estatística de todos os cérebros transtornados pelo medo do Diabo e dos terríveis quadros das torturas do inferno e da danação eterna e se é mais prejudicial acreditarmos tenhamos junto a nós Espíritos bons e benevolentes, os pais, os amigos e anjo da guarda, do que o demônio.

A pergunta se torna mais racional e mais séria se, aceitas a existência dos Espíritos e sua ação, for assim formulada: O exercício da mediunidade pode provocar numa pessoa a invasão de maus Espíritos e suas conseqüências?

Jamais dissimulamos os escolhos encontradiços na mediunidade, razão por que multiplicamos, em O Livro dos Médiuns, as instruções a tal respeito e não temos cessado de recomendar o seu estudo prévio, antes de se entregarem à prática. Assim, desde a publicação daquele livro, o número de obsediados diminui sensível e notoriamente, porque poupa uma experiência que os noviços muitas vezes só adquirem às próprias custas. Dizemo-lo ainda, sim, sem experiência a mediunidade tem inconvenientes, dos quais o menor, seria ser mistificado pelos Espíritos enganadores e levianos. Fazer Espiritismo experimental sem estudo é fazer manipulações químicas sem saber química.

Os numerosos exemplos de pessoas obsediadas e subjugadas da mais desagradável maneira, sem jamais terem ouvido falar de Espiritismo, provam à sociedade que o exercício da mediunidade não tem o privilégio de atrair os maus Espíritos. Mais ainda: prova a experiência que é um meio de os afastar, permitindo reconhece-los. Contudo, como por vezes alguns vagam em redor de nós, pode acontecer que, encontrando oportunidade para se manifestarem, aproveitem-na, desde que encontrem no médium uma predisposição física ou moral, que o torne acessível à sua influência. Ora, se tal predisposição está no indivíduo e em causas pessoais anteriores, não surge da mediunidade. Pode-se dizer que o exercício da faculdade é ocasião e não causa. Mas se algumas criaturas estiverem neste caso, outras há que oferecerem uma resistência intransponível aos maus Espíritos, que a elas não se dirigem. Falamos de Espíritos realmente maus e malfeitores, os únicos realmente perigosos, e não de Espíritos levianos e zombeteiros, que se insinuam por toda a parte.

A presunção de julgar-se invulnerável pelos maus Espíritos muitas vezes tem sido punida de modo crudelíssimo, porque jamais são impunemente desafiados pelo orgulho. O orgulho é a parte que lhes dá mais fácil acesso, pois ninguém oferece menos resistência do que o orgulhoso, quando tomado pelo seu lado fraco. Antes de nos dirigirmos aos Espíritos, convém, pois, encouraçarmos-nos contra o assalto dos maus, assim como se marchássemos em terreno onde tememos picadas de cobras. Isto se consegue, inicialmente, pelo estudo prévio, que indica a rota e as precauções a tomar. A seguir, a prece. Mas é necessário bem nos compenetrarmos da verdade que o único preservativo está em nós, na própria força, e nunca nas coisas exteriores. Que nem há talismãs, nem amuletos, nem palavras sacramentais, nem fórmulas sagradas ou profanas que tenham a menor eficácia se não tivermos em nós mesmos as qualidades necessárias. Assim, essas qualidades é que devem ser adquiridas.

Se estivéssemos bem compenetrados do objetivo essencial e sério do Espiritismo; se nos preparássemos sempre para o exercício da mediunidade por um fervoroso apelo ao anjo da guarda e aos Espíritos protetores, se nos estudássemos, esforçando-nos por nos purificarmos de nossas imperfeições, os casos de obsessão mediúnica seriam ainda mais raros. Infelizmente muitos vêem apenas o fato das mistificações. Não contentes com as provas morais, que abundam em seu redor, querem a fina força se dar ao luxo de comunicar-se com os Espíritos, forçando o desenvolvimento de uma faculdade, por vezes inexistente, guiados mais pela curiosidade do que pelo sincero desejo de melhora.

Disso resulta que, em vez de se envolverem numa atmosfera fluídica salutar e se cobrirem com as asas protetoras dos anjos da guarda, de buscar o domínio das fraquezas morais, escancaram a porta aos Espíritos obsessores, que os teriam atormentado de outra maneira e em outra ocasião, mas que aproveitam esta que lhes se oferece. Que dizer, então, daqueles que fazem um jogo das manifestações e nelas vêem apenas um motivo para distração e curiosidade ou nelas procuram meios de satisfazer a ambição, a cupidez ou os interesses materiais? Neste sentido pode se dizer que o exercício da mediunidade pode provocar a invasão dos maus Espíritos. Sim: é perigoso brincar com estas coisas. Quantas pessoas lêem O Livro dos Médiuns unicamente para saber como agir, desde que o que mais lhes interessa é a receita ou a maneira de proceder! O lado moral do problema é acessório. Assim, não se deve imputar ao Espiritismo o que é feito de seu abuso.

Voltemos aos possessos de Morzine. Aquilo que um Espírito pode fazer a uma criatura, vários deles o podem sobre diversas, simultaneamente, e dar à obsessão um caráter epidêmico. Uma nuvem de maus Espíritos pode invadir uma localidade e aí se manifestarem de várias maneiras. Foi uma epidemia de tal gênero que se alastrou na Judéia, ao tempo de Cristo, e, em nossa opinião, é uma epidemia semelhante que ocorre em Morzine.

É o que procuraremos estabelecer no próximo artigo, no qual destacaremos os caracteres essencialmente obsessivos da afecção. Analisemos os relatórios dos médicos que a observaram, entre outros o do dr. Constant, bem como os meios de cura empregados pela medicina, isto é, por via de exorcismos.

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