Enquanto o progresso caminha,
infundindo novos conhecimentos no espírito humano, acerca das forças que regem
o Universo, o sofrimento dos desajustados não mostra diferença.
Na época de profundas transformações
que atravessas, não deixes que o materialismo te resseque as fontes do coração.
Ergue a esperança de quantos se acham
ameaçados pelo desânimo.
Auxilia as plantações de fé onde
surjam para que não lhes faltem proteção e segurança.
Não nos reportamos unicamente aos
companheiros considerados idosos na atualidade terrestre que, aos poucos, se
reúnem, aqui e além, estabelecendo correntes de simpatia para a assistência
mútua.
Referimo-nos a todos os corações que a
violência da desvinculação precipitada relega às sombras do desequilíbrio e do
desalento.
Aqui, são homens ou mulheres,
empenhados à formação da família, que, de um momento para outro se reconhecem a
sós, em franco desespero, à frente de compromissos esposados a dois; ali, são
criaturas na mocidade primeira, atiradas ao descontrole emotivo, conquanto por
vezes acobertadas por sólido telhado econômico, mas interiormente abandonadas
aos próprios impulsos, buscando, em muitos casos, um suposto refúgio nos
tóxicos, no qual nada mais encontram, além da perturbação ou da loucura; além
são crianças, órfãs de pais vivos, entregues aos conflitos dos adultos que as
trouxeram à existência.
E a filas dos marginalizados engrossam
na direção dos pousos de indisciplina, dos sanatórios de recuperação das forças
mentais, dos ninhos de delinqüência ou das enfermidades em que se instala o
corredor para a morte prematura.
Para esse desfile doloroso de almas
frustadas é que se te pede apoio.
Indiscutivelmente, não poderias
suportar a carga de dezenas dos desajustados que enxameiam atualmente no mundo.
Em razão disso, ninguém espera de ti
espetáculos de grandeza, para os quais não nos achamos talhados.
Apenas se te roga a possível parcela
de trabalho a fim de que o lume da fé seja sustentado na Terra.
Ante as nuvens de perturbação que se
avolumam sobre quase todos os grupos sociais do mundo ninguém exige te faças um
sol efetuando a extinção total das trevas.
Por amor a Deus e amor ao próximo,
trazes a tua migalha de amor e a tua réstia de luz.
DESAJUSTES – Emmanuel - Francisco Cândido Xavier - Livro: “Algo Mais”
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