Os Espíritos recomendaram
que, encabeçando esta coletânea, puséssemos a Oração dominical, não somente
como prece, mas também como símbolo.
De todas as preces, é a
que eles colocam em primeiro lugar, seja porque procede do próprio Jesus, seja porque
pode suprir a todas, conforme os pensamentos que se lhe conjuguem; é o mais
perfeito modelo de concisão, verdadeira obra-prima de sublimidade na
simplicidade.
Com efeito, sob a mais
singela forma, ela resume todos os deveres do homem para com Deus, para consigo
mesmo e para com o próximo.
Encerra uma profissão de
fé, um ato de adoração e de submissão; o pedido das coisas necessárias à vida e
o princípio da caridade.
Quem a diga, em intenção
de alguém, pede para este o que pediria para si.
Contudo, em virtude mesmo
da sua brevidade, o sentido profundo que encerram as poucas palavras de que ela
se compõe escapa à maioria das pessoas.
Daí vem o dizerem-na,
geralmente, sem que os pensamentos se detenham sobre as aplicações de cada uma
de suas partes.
Dizem-na como uma fórmula
cuja eficácia se ache condicionada ao número de vezes que seja repetida.
Ora, quase sempre esse é
um dos números cabalísticos: três, sete ou nove, tomados à antiga crença
supersticiosa na virtude dos números e de uso nas operações da magia.
Para preencher o que de
vago a concisão desta prece deixa na mente, a cada uma de suas proposições
aditamos, aconselhado pelos Espíritos e com a assistência deles, um comentário
que lhes desenvolve o sentido e mostra as aplicações.
Conforme, pois, as
circunstâncias e o tempo de que disponha, poderá, aquele que ore, dizer a
Oração dominical, ou na sua forma simples, ou na desenvolvida.
I – Preces gerais - ORAÇÃO
DOMINICAL - 2. Prefácio. O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – ALLAN KARDEC
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