SEMEANDO CONHECIMENTO

SEMEANDO CONHECIMENTO... PARA COLHER AMOR, PAZ, ALEGRIA!


APRENDER PARA FAZER MELHOR ! E NÓS PRECISAMOS FAZER UM MUNDO MELHOR. SABEM PORQUE? PORQUE VOLTAREMOS PRA CÁ...

COMPARTILHAR: ESTE É O OBJETIVO. CONHEÇA, ENTENDA, E VIVA MELHOR!

"MAS, TENDO SIDO SEMEADO, CRESCE." Jesus. (Marcos, 4:32.)


CHICO XAVIER - FRATERNIDADE REAL

Chico Xavier, tem algum fato em sua experiência mediúnica que o tenha obrigado a pensar mais seriamente na fraternidade humana?

R – Todas as mensagens que temos recebido durante o tempo de nossas singelas atividades na seara mediúnica, nos impelem a compreendermos a necessidade de esforço para que cheguemos à fraternidade, sentida, mas respeitando o tempo dos telespectadores, e pedimos sua permissão, lembraremos aqui um fato, de muita significação, que ocorreu em minha vida.

Creio, não deveria levantar qualquer lance autobiográfico, mas é preciso que recorra a um deles para explicar a lição que recebi.

Em 1939, desencarnou-se um de meus irmãos, José Cândido Xavier, deixando sob nossa responsabilidade, a viúva com dois filhinhos.

A viúva de meu irmão era uma moça extraordinária, humilde e bondosa.

Em 1941, ela foi acometida de grave distúrbio mental.

O assunto é longo e vou resumir para que não venhamos a tomar muito tempo.

Depois de alguns meses em que a viúva de meu irmão – que sempre consideramos nossa irmã muito do coração – estava conosco em casa, doente, o caso agravou-se requerendo internação numa casa de saúde mental, o que foi providenciado em Belo Horizonte, com o auxílio de médicos amigos, da cidade de meu nascimento – Pedro Leopoldo – perto da capital de Minas Gerais.

Acompanhei minha cunhada, a quem sempre dispensei muita consideração e carinho e, ao interná-la na casa de saúde mental, observei o estado de muitos enfermos que ali estavam, naturalmente, abrigados, com muita segurança, proteção e assistência.

Voltei para casa com o coração muito abatido. Era noite.

O segundo filho de minha cunhada, com meu irmão, era uma criança paralítica. A criança chorava e eu me enterneci muito ao ver o pequenino sem a presença materna. Sentei-me e comecei a orar.

As lágrimas vieram-me aos olhos, ao lembrar meu irmão desencarnado muito moço ainda, a viúva tão cedo também, numa prova tão difícil!

Na incapacidade de dar a ela a assistência precisa, senti que minha dor era muito grande!

Achegou-se, então, a mim, o Espírito de nosso amigo Emmanuel. Perguntou-me porque chorava.

Contei-lhe que, naquela hora eu me enternecia muito por ver minha cunhada numa casa de saúde mental em condições assim precárias.

– Não! disse ele – você está chorando por seu orgulho ferido; você, aqui, tem sido instrumento para cura de alguns casos de obsessão, para a melhoria de muitos desequilibrados.

Quando aprouve ao Senhor, que a provação viesse debaixo de seu teto, você está com o coração amargurado, ferido, porque foi obrigado a recorrer à assistência médica o que, aliás, é muito natural.

Uma casa de saúde mental, um sanatório, um hospício, é uma casa de Deus. Você não deve ficar assim.

Disse-lhe, então, que concordava e pedi-lhe como espírito benfeitor, que trouxesse a minha cunhada de volta ao lar, pois a criança, o seu segundo filho era paralítico e aquele choro atestava a falta que o pequenino sentia dela.

Ela voltaria – afirmou-me. Mas aquele “Ela voltaria” poderia ser depois de muito tempo – o que de fato aconteceu só depois de dois anos.

– Eu queria que ela voltasse depressa – disse a ele impaciente.

– Imaginemos a Terra – respondeu-me – como sendo o Palácio da Justiça, e ela como sendo uma pessoa incursa em determinada sentença da justiça.

Eu sou seu advogado e você é serventuário no Palácio da Justiça.

Nós estamos aqui para rasgar ou cumprir o processo?

– Para cumprir – respondi.

Continuei, porém, chorando por observar o assunto ser mais grave do que pensava.

– Por que você continua chorando? – disse ele.

Querendo me agastar, muito indevidamente, porque a minha atitude era desrespeitosa, diante de um amigo espiritual tão grande e tão generoso, disse-lhe:

– Estou chorando porque, afinal de contas, o senhor precisa saber que ela é minha irmã!

– Eu me admiro muito – respondeu-me – porque, antes dela, você tinha lá dentro naquela casa, trezentas irmãs e nunca vi você ir lá chorar por nenhuma.

A dor Xavier não é maior que a dor Almeida, do que a dor Pires, do que a dor Soares, a dor de toda a família que tem um doente.

Se você quer mesmo seguir a doutrina que professa, ao invés de chorar por sua cunhada, tome o seu lugar ao lado da criança que está doente, precisando de calor humano.

Substitua nossa irmã, exercendo, assim, a fraternidade.

– Foi uma lição que não posso esquecer!

Livro “Entrevistas”. Emmanuel / Francisco Cândido Xavier.

Nenhum comentário:

PESQUISA POR PALAVRA NO BLOG

TEXTOS PUBLICADOS