Como o homem pode conhecer o limite do necessário?
Aquele que é sensato o conhece pela intuição; muitos o conhecem pela experiência e à sua própria custa.
A natureza não traçou o limite de nossas necessidades em nossa estrutura orgânica?
Sim, mas o homem é insaciável.
A natureza traçou o limite às suas necessidades no seu próprio organismo, mas os vícios lhe alteraram a constituição e criaram necessidades que não são reais.
O que pensar dos que monopolizam os bens da terra para obter o supérfluo em prejuízo dos que precisam do necessário?
Eles desconhecem a lei de Deus e terão que responder pelas privações que impuseram aos outros.
☼ O limite entre o necessário e o supérfluo não tem nada de absoluto, de indiscutível.
A civilização criou necessidades que o selvagem desconhece, e os Espíritos que ditaram esses ensinamentos não pretendem que o homem civilizado viva como o selvagem.
Tudo é relativo e cabe à razão distinguir cada coisa.
A civilização desenvolve o senso ético e ao mesmo tempo o sentimento de caridade, que leva os homens ao apoio mútuo.
Os que vivem à custa das necessidades dos outros exploram os benefícios da civilização em seu proveito; têm da civilização apenas o verniz, como há pessoas que têm da religião apenas a máscara.
ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - QUESTÕES 715,716,717
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