Defende
o mundo íntimo contra aqueles adversários ocultos que não devemos acalentar.
Decerto,
dói-te a ofensa do agressor que te não percebe as intenções elevadas, contudo,
a intolerância, a asilar-se por escorpião venenoso, em teu pensamento, é o inimigo
terrível que te induz às trevas abismais da vingança.
Indubitavelmente,
a crítica impensada do irmão que te menoscaba os propósitos sadios dilacera-te
a sensibilidade, espancando-te a alegria, entretanto, a vaidade, a
enrodilhar-se no teu coração por víbora peçonhenta, é o inimigo lamentável que
te inclina à inutilidade e ao desânimo.
Em
verdade, a calúnia do amigo perturbado lança fogo ao santuário de teus ideais,
subtraindo-te a confiança, todavia, a crueldade que se refugia em teu ser por
tigre invisível de intemperança e discórdia é o inimigo perigoso que te sugere
a adesão ao crime.
Efetivamente,
o desprezo que te foi lançado em rosto pelo companheiro infeliz é golpe mortal
abrindo-te chagas de aflição nos tecidos sutis da alma, no entanto, o egoísmo a
ocultar-se em teu peito por chacal intangível de ignorância e ferocidade, é o
inimigo temível que te arroja à frustração.
Não
são os flagelos do mundo exterior os elementos que nos deprimem, mas sim os
opositores ocultos, conhecidos pelos mais diversos nomes, quais sejam orgulho e
maldade, tristeza e preguiça, desespero e ingratidão, que perseveram conosco.
Amemos
aos inimigos externos que nos desafiam à prática do bem, ao exercício da
renúncia, ao trabalho da paciência e à realização da caridade, mas tenhamos
cautela contra os sicários escondidos em nós mesmos que, expressando
sentimentos indignos de nosso conhecimento e de nossa evolução, nos escravizam
à angustia, e nos algemam à dor, enclausurando-nos a vida em miséria e
perturbação.
Inimigos
Que Não Devamos Acalentar – Emmanuel - Do Livro Através Do Tempo De Francisco
Cândido Xavier
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