Quando
os acontecimentos surjam convulsionados compelindo-te a seguir para a frente,
como se estivesses sob tormenta de fogo...
Quando
a manifestação da crueldade te faça estremecer de sofrimento...
Quando
o assalto das trevas te deixe as forças transidas de aflição...
Quando
o golpe em teu prejuízo haja partido das criaturas a que mais te afeiçoas...
Quando
a provação apareça, a fim de demorar-se longo tempo contigo, em função de
doloroso burilamento...
Quando
a ignorância te desafie, ameaçando-te o trabalho...
Quando
o afastamento de amigos queridos te imponha solidão e desencanto...
Quanto
contratempos e desarmonia no lar te forcem a complicadas travessias de
angústia...
Quando
a tentação te induza à revolta e revide, na hora em que a injúria te cruze os
passos...
Quando,
enfim, todas as tuas idéias e aspirações alusivas ao bem se mostrem
supostamente asfixiadas pela influência transitória do mal...
Então
haverás chegado ao teste mais importante do cotidiano, a configurar-te no
testemunho da paciência.
Saberás
desculpar e abençoar, agir e construir em paz nessa preciosa quão difícil
oportunidade de elevação, que a experiência te aponta à frente.
E
não digas que a serenidade expresse fraqueza, ante os cultores da violência,
qual se não tivesses brio para a reação necessária, porque é preciso muito mais
combatividade interior para dominar-se alguém ao colher ofensas e esquecê-las
do que para assacá-las ou devolvê-las, a detrimento do próximo.
Capacitemo-nos
de que entre agredir e suportar, o equilíbrio e a força de espírito residem com
a paciência sempre capaz de agüentar e compreender, servir e recomeçar,
incessantemente, o trabalho do bem nas bases do amor para que a vida permaneça,
sem qualquer solução de continuidade, em luminosa e constante ascensão."
Na
Hora Da Paciência – Emmanuel Francisco Cândido Xavier - Coragem
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