– O conceito de mediocridade modificase no plano de nossas
conquistas
universalistas, depois das transições da morte.
Aí no mundo, costumais entronizar o escritor que
enganou o público, o político que ultrajou o direito, o
capitalista que se enriqueceu sem escrúpulos de consciência, colocados na
galeria dos homens superiores.
Exaltandolhes os méritos individuais com extravagâncias louvaminheiras,
muito falais em “mediocridade”, em “rebanho”, em “rotina”, em “personalidade
superior”.
Para nós, a virtude da resignação dos pais de família, criteriosos e abnegados,
no extenso rebanho de atividades rotineiras da existência terrestre, não se compara
em grandeza com os dotes de espírito do intelectual que gesticula desesperado
de uma tribuna, sem qualquer edificação séria, ou que se emaranha em confusões
palavrosas na esfera literária, sem a preocupação sincera de aprender com os
exemplos da vida.
O trabalhador que passa a vida inteira trabalhando ao sol no amanho
da terra, fabricando o pão saboroso da vida, tem mais valor para Deus que os
artistas de
inteligência viciada, que outra coisa não fazem senão perturbar a marcha
divina das suas leis.
Vede, portanto, que a expressão de intelectualidade vale muito, mas
não pode prescindir dos valores do sentimento em sua essência sublime,
compreendendose afinal, que o “homem medíocre” não é o trabalhador das
lides terrestres, amoroso de suas realizações do lar e do sagrado cumprimento
de seus deveres, sobre cuja abnegação erigiuse a organização maravilhosa
do patrimônio mundano.
O CONSOLADOR – item 212 - Emmanuel – Francisco C Xavier
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