P
– Chico, eu gostaria de fazer uma pergunta muito pessoal. Eu perdi meu pai,
há
dois anos. No começo eu chorava demais e diziam que a gente não devia
chorar
porque perturbava o espírito dele. A partir daquilo eu passei a chorar
menos
e a pensar mais nele. Senti que, realmente, isso me trouxe mais
tranqüilidade.
Acha você que quando a gente chora muito por um ente que nos
deixou
aqui, perturba o seu espírito?
R
– Geralmente, quando partimos da Terra, partimos em condições difíceis,
sempre
traumatizados por violenta saudade e essa saudade também fica do
lado
de cá.
Se
persistirmos nas impressões de dor negativa, cultivando angústia interminada,
isso se reflete sobre a pessoa que nós amamos.
Sem
dúvida, o parente é nosso, a lágrima é uma herança nossa, sofremos e
choramos,
mas sempre que pudermos chorar escorados na fé em Deus,
escorados
na certeza de que vamos nos reencontrar, isso tranqüiliza aquele
ente
amado que espera de nós um diálogo pacífico.
Creio
que tudo aquilo que você fala com tanto amor, nas suas horas de maior
sofrimento,
ou que fala com tanto carinho junto às relíquias de seu venerado
pai,
em Gethsemani, tudo isso alcança, pelos mais belos sentimentos, seu pai,
porque
vocês estão ligados.
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