DONA
GUIOMAR – Agora vamos passar às perguntas que nos foram feitas
por
alguns companheiros. Vamos formulá-las ao nosso companheiro e amigo
Chico
Xavier, e ele no-las responderá:
No
estado comatoso, há momentos de lucidez plena ou apenas intervalos
intermitentes?
CHICO
XAVIER – Rogo desculpas aos prezados ouvintes, pelo fato de estar
tentando
responder às indagações de nossos amigos, dentro da minha
reconhecida
insipiência.
No
caso da lucidez em estado comatoso, segundo os Amigos Espirituais nos
inspiram
a fim de que a nossa palavra possa ser ouvida, isso varia muito de
acordo
com as criaturas, segundo os graus de espiritualidade superior ou de
mergulho
da mente nas impressões da vida material.
Na
maioria das ocasiões, quando partimos do Plano Físico obedecendo aos
ditames
de enfermidade longa e laboriosa, o estado comatoso é seguido de
lucidez:
ouvimos, compreendemos aquilo que ouvimos, estamos dentro de
indefinível
expectativa, conquanto em paz, ou naquele estado de inquietação
que
se experimenta perante o desconhecido. 66
Ainda
aí, porém, somos impelidos a entender que a alteração dos centros de
percepção
sensorial deve ser considerada, porque, conforme a condição do
doente,
esses núcleos estão, muitas vezes, obliterados ou parcialmente
semidestruídos,
sem que o espírito, eterno, possa se fazer exprimir através das
potencialidades
cerebrais, assim como um violinista que, apesar muita
competência,
por vezes, sente-se frustrado quando está diante de um
instrumento
desafinado ou desarticulado.
Nos
processos de desencarnação violenta, é natural que se entenda a lucidez
por
estado mental muito difícil de reter-se; o cérebro entra em choque
violento,
a destrambelhar-se, portanto nas mais íntimas estruturas.
Em
vista disso, os Amigos Espirituais afirmam que na desencarnação de
improviso,
somos habitualmente acometidos por um sono profundo, do qual
despertamos
entre aqueles que nos dedicam assistência e afeição na Vida
Espiritual.
Transcrita
do jornal “A Nova Era”, Franca, SP, 15 de dezembro de 1972, sob o título “Uma
entrevista com Chico Xavier”.
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