GENTILE:
Dr. Elias Barbosa, o que dizem os benfeitores espirituais sobre os
tratamentos
realizados por via mediúnica, que utilizam os recursos de
Medicina
Oficial (principalmente drogas alopáticas e tratamento cirúrgico),
com
vistas aos possíveis riscos de falha mediúnica? Não seria interessante
haver
uma supervisão de médicos terrenos bem intencionados?
DR.
ELIAS: Admitimos que os médiuns deveriam estudar Allan Kardec. A
maioria
dos médiuns que se empenha nesse setor de tratamentos, seja de
ordem
cirúrgica ou não, muitas vezes, deixa de lado o estudo kardequiano,
valorizando
o fenômeno, em detrimento da justa compreensão dos princípios
doutrinários.
O
ideal seria uma supervisão médica para auferir o valor do fenômeno, mas o
que
é importante é o seguinte: é que se estude Allan Kardec, porque o
fenômeno
existe, evidentemente, e nós precisamos estudar o fenômeno, mas
precisamos
reverenciar a Doutrina Espírita, acima de tudo. De modo que o
Chico
poderá responder a esta pergunta, porque ele mesmo, Chico Xavier, há
poucos
anos atrás, há cerca de dois ou três anos, se submeteu à cirurgia, com
médicos
da Terra. E ele está autorizado a formular uma opinião concreta.
CHICO:
Acreditamos que o problema da cura espiritual, conforme a própria
expressão,
é assunto pertinente à fé com que recebamos os processos de
auxílio
do Mundo Maior.
As
curas espirituais, por isso mesmo, são capazes de surgir em qualquer setor
religioso,
no qual a mente humana se expresse com absoluta confiança nos
poderes
superiores que governam a vida. Acreditando nisso, estamos convencidos de que
todas as pessoas que recorrem à oração, estão munidas de
um
poder cuja extensão, por enquanto na Terra, não conseguimos avaliar.
Quanto
aos companheiros da mediunidade que se dediquem às curas de ordem
física,
impulsionados por Espíritos de médicos desencarnados, cremos que
deveriam
ou deverão solicitar o concurso de médicos encarnados dispostos a
auxiliá-los
em semelhante mister para que os nossos companheiros não
permaneçam
sozinhos ou quase que aparentemente sozinhos em tais
experiências,
mais fenomênicas do que doutrinárias propriamente
consideradas.
Pessoalmente,
aprendemos com os Bons Espíritos que a Medicina está na
Terra
por decisão dos Espíritos Superiores que executam os desígnios divinos;
cada
médico se ergue por intérprete da bondade de Deus no socorro às
criaturas
humanas.
Seria
injusto de nossa parte desconhecer isso.
A
medicina é um sacerdócio, e estamos certos de que mesmo aos médicos que
se
acreditam mais entranhadamente materialistas, o auxilio do Mundo
Espiritual
nunca falta.
Se
o médico declarado materialista, trabalha com espírito de amor aos
pacientes,
receberá o amparo dos Benfeitores da Vida Maior, nas suas
atividades
de ordem geral, a benefício dos seus protegidos, considerando-se o
merecimento
ou a necessidade de quantos lhe recolhem a assistência.
Compreendemos,
sem duvida, que a Medicina vem de Deus..
Entrevista
realizada no Instituto de Difusão Espírita, em Araras, SP, por
Salvador
Gentile, a 5 de dezembro de 1971
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