O PÁSSARO DOURADO
Conta-se que Ransés II
possuía enorme coleção de pássaros treinados para comunicação, aves semelhantes
aos pombos-correio da atualidade.
Depois de algum tempo em
que os mensageiros alados desempenhavam serviços de intercâmbio, com segurança
e eficiência, a magnanimidade real deliberou honorificar seis deles, que se
revelavam mais corajosos e fiéis.
Atendendo a isso, o grande
Sesostris colocou a homenagem, entre os diversos números de festa popular.
A condecoração constaria
de um leve revestimento de ouro para cada um.
No dia marcado, conquanto
sob severa contenção, cinco dos pássaros em destaque escaparam céus afora.
Apenas um deles ficou
retido nas mãos de alto funcionário, ante a real presença.
O faraó aproximou-se com
carinho e borrifou-lhe o corpo, especialmente as asas, com finíssima poeira de
ouro puro, sob os aplausos da multidão.
O pássaro condecorado,
entretanto, embora liberto, permaneceu em vasta mesa do palácio, a
contorcer-se, qual se quisesse desfazer-se do precioso brinde, sempre
reverenciado por todos no entanto, nunca mais conseguiu voar.
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER.
- EMMANUEL – AGORA É O TEMPO
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